Uma das cinco vítimas do acidente entre balsas sobre o Rio Tocantins, em Porto Nacional, recebeu alta, nesta sexta-feira, 16. As outras quatro seguem internadas no Hospital Regional de Porto Nacional (HRPN), segundo informou em nota a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO). 

O acidente ocorreu na manhã de quinta-feira, 15. A SES confirmou que as outras quatro vítimas seguem aos cuidados da equipe multiprofissional da unidade, mas informou que em atendimento a uma resolução do Conselho Federal de Medicina não pode repassar informações dos pacientes. (Veja nota na íntegra no final do texto). 

Em entrevista à TV Anhanguera, a vítima liberada, Solange Silva Aguiar, de 63 anos, contou que momentos antes de embarcar teve um mal pressentimento, "Eu estava com aquele pressentimento. Falei para uma senhora, 'ó senhora eu não estou com vontade de subir nessa balsa, meu coração tá pedindo para eu não subir e se meu marido estivesse aqui, ele podia rodear a ponte e me pegar", recordou.

Solange ainda disse que sobreviver a um acidente como esse, somente com lesões de menor gravidade, é como nascer de novo. "Deus me deu outra chance, Deus me deu outra chance. Eu sobrevivi dessa. Foi um milagre." afirmou. 

O acidente aconteceu quando as embarcações atravessavam o Rio Tocantins e uma delas se chocou na outra. Com a pancada, os veículos que estavam nas balsas se moveram e atingiram cinco pessoas, o que causou ferimentos graves. Uma das vítimas teve a parte inferior do corpo esmagada. 

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Empresa

O Grupo Pipes, empresa responsável pela travessia das embarcações, prestou esclarecimentos sobre o ocorrido em um vídeo publicado em suas redes sociais nesta sexta-feira, 16. No vídeo, a advogada Kamila Oliveira, responsável pelo jurídico do grupo, informou que logo ao tomarem conhecimento do ocorrido enviaram uma equipe de Carolina(MA), onde fica localizada a matriz da empresa, para acompanhar as apurações do caso e dar o respaldo para todos os envolvidos.

A advogada ressaltou ainda que, “em 50 anos de operação, a empresa nunca passou por uma situação parecida. Nós já tivemos algumas situações que estão diretamente ligadas a questões climáticas e acabam, de certa forma, mudando o curso da balsa ou questões pequenas que são rapidamente resolvidas” comunicou

Kamila disse que, por esse caso ser uma questão mais complexa e com vítimas,  o grupo achou necessário fazer a apuração de perto. “Com pessoas que são responsáveis daqui, para que a gente consiga responsabilizar todos os envolvidos, assim como dar o respaldo necessário a todas as vítimas. Então a nossa equipe está lá desde ontem ", contou.

Segundo ela, a equipe já conversou com a família de algumas das vítimas e foram dadas orientações para os funcionários. Afirmou ainda que apurando informações para entender o que de fato aconteceu, “uma vez que todos os pilotos marinheiros são treinados e habilitados. Então, a gente precisa ouvir de perto a versão de cada um, a fim de que não haja injustiças, mas a fim de que, se houver algum tipo de negligência, a gente consiga responsabilizar essas pessoas", esclareceu.

A advogada continuou. “Nós não compactuamos com nenhum tipo de serviço que seja mal prestado, não compactuamos com nenhum tipo de serviço que não siga as regras que nos são impostas como uma prestadora de serviço específico, como é a travessia de balsa”completou

Kamila lamentou o ocorrido e afirmou que todas as despesas, todas as questões que envolvem as vítimas e os veículos atingidos, vão ser resguardadas pela empresa. “Nós, enquanto jurídicos, trabalhamos para mitigar os danos, para prevenir que essas questões se tornem mais burocráticas. Então, nós vamos fazer de tudo para dar o respaldo necessário para as vítimas, sem que a gente entre em um embate", contou.

Nota da Saúde

“A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informa que acolheu, no Hospital Regional de Porto Nacional (HRPN) cinco vítimas do referido acidente e na sexta-feira, 16, a paciente Solange Silva Aguiar teve alta hospitalar.

A SES-TO pontua que os demais pacientes seguem sob os cuidados da equipe multiprofissional da unidade e com base na resolução n° 1.638/2002 do Conselho Federal de Medicina, a Pasta não é autorizada a repassar informações contidas nos prontuários dos pacientes, sem o consentimento de familiares ou responsáveis legais.”