Matéria atualizada 23/04 às 10h03

Câmeras de monitoramento de bar localizado na região sul de Palmas registraram o momento da confusão que resultou na morte do soldado da Polícia Militar da Paraíba, Eltas Max Barbosa da Nóbrega. Antes do tiro disparado pelo militar do Tocantins Antônio Ezequiel de Souza Santos, houve desentendimento e troca de socos entre outros envolvidos.

A briga aconteceu na madrugada do dia 15 de abril. Depois de ser baleado, Eltas foi levado para o Hospital Geral de Palmas (HGP), mas não resistiu ao ferimento e morreu na unidade. Antônio Ezequiel se apresentou na delegacia no dia seguinte e está afastado da função.

À TV Anhanguera, a defesa afirmou que, com base nas imagens, fica claro que não teve troca de socos por parte do soldado Ezequiel, e que "não há como negar que o soldado Ezequiel foi, covardemente, agredido com soco na face e pelas costas e logo em seguida o soldado Eltas atacou, também, com socos". A defesa também afirmou que pedirá uma acareação entre os policiais que estavam no local. (Veja nota completa no final da reportagem).

Equipamentos de dois ângulos registraram a confusão. É possível ver que pouco depois das 3h30, dois homens estão conversando com uma mulher e outros três estão bem próximos, abraçados. Logo depois outros homens se juntam ao trio.

Às 3h39, Antônio Ezequiel, que está usando uma camiseta e boné escuros, leva um soco de um homem de camiseta cinza. Outra pessoa de camiseta branca tenta separar e Eltas também dá um soco em outro homem.

Logo depois, e possível ver que Antônio Ezequiel leva a mão à cintura e dispara contra o soldado paraibano, que cai ao chão. Os amigos tentam socorrer Eltas e muita gente se junta perto do policial ferido enquanto ele é socorrido.

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Em depoimento, um dos policiais que deu o primeiro soco contou que Antônio Ezequiel teria entrado em atrito com o grupo de militares que Eltas acompanhava. Inclusive, segundo e relato, ele se mostrava mais agressivo durante as conversas. O policial destacou em depoimento que estava em alerta ao observar a discussão entre o atirador e os colegas.

Depois que Eltas caiu no chão, um dos colegas que estavam junto com ferido se identificou como policial civil também sacou a arma para Antônio Ezequiel e a apontou para outras pessoas que estavam próximas, conforme é possível ver nas imagens.

Entenda

Um policial militar da Paraíba foi baleado em bar na madrugada desta segunda-feira (15), em Palmas. De acordo com o Boletim de Ocorrência, testemunhas disseram que houve uma confusão e em seguida os tiros foram disparados.

A Polícia Militar (PM) foi chamada por volta de 3h30 para atender a ocorrência. Quando chegaram ao bar, a vítima, de 33 anos, já havia sido socorrida por amigos e levada para o HGP.

A PM informou que a vítima não estava matriculada em nenhum curso ou atividade a ser desenvolvida pela instituição.

O suspeito se apresentou espontaneamente na Delegacia de Polícia Civil para os procedimentos cabíveis. Por não se tratar de crime militar, o caso está sendo investigado pela 1ª Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Na sexta-feira (19), a PM explicou Antônio Ezequiel foi afastado das funções e que acompanhou e forneceu informações preliminares à Polícia Civil. Além disso, mencionou que "foram adotadas medidas iniciais para garantir o bem-estar físico e mental do soldado Ezequiel" como "apoio imediato, avaliação médica e assistência psicológica", finaliza.

Em depoimento, ele contou que só depois do ocorrido soube que os indivíduos eram policiais militares e alegou que não houve qualquer discussão anterior que motivasse a agressão do primeiro indivíduo, e que não conhecia nenhum dos envolvidos. A defesa dele afirmou na época que o tiro foi disparado em legítima defesa após uma agressão sofrida.

O corpo do soldado Eltas, que fazia parte do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), foi levado velado e sepultado em João Pessoa (PB). Nas redes sociais a Polícia Militar da Paraíba prestou sentimentos a familiares e amigos. "Exemplo de dedicação, zelo e afeto pela Corporação".

Veja nota da defesa do soldado Antônio Ezequiel

Com base nas imagens, fica claro que não teve troca de socos entre o soldado Ezequiel e os outros polícias. O que realmente ocorreu e está bem evidente no vídeo são as agressões dos polícias contra os dois militares da PMTO. Não há como negar que o Soldado Ezequiel foi, covardemente, agredido com soco na face e pelas costas e logo em seguida o soldado Eltas atacou, também, com socos, o sargento Delgado da PMTO. A Defesa irá pedir acareação [...] pois a fala está em desacordo com o vídeo e as imagens.