José Milton Rodrigues, suspeito de matar a própria esposa a tiros e disparar também contra a enteada, vai a júri popular, segundo determinou a Justiça tocantinense. O crime ocorreu em junho de 2023, no município de Lagoa do Tocantins.

De acordo com o Tribunal de Justiça, o lavrador confessou ter matado sua companheira por "violenta emoção". Ele está preso desde fevereiro deste ano. 

A decisão de julgamento em júri popular é assinada pela juíza Aline Marinho Bailão Iglesias, da 1ª Escrivania Criminal de Novo Acordo, que enxergou indícios suficientes para que o caso seja julgado pelos jurados. Em resposta ao g1 Tocantins, a defesa de José Milton afirmou que respeita a decisão, mas vai recorrer. (Confira o posicionamento completo abaixo).

No dia do crime José e a esposa, Elsimar Fernandes Araújo, de 36 anos, tinham saído para beber. A denúncia feita pelo Ministério Público, diz que depois de um tempo a mulher sentiu falta de ar e foi ao hospital.

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O marido então teria procurado a esposa e por não ter encontrado, teria ficado enfurecido. Quando voltou para casa, o suspeito expulsou a enteada, Laurivania Fernandes, de casa e disse que mataria a esposa.

Ao voltar do hospital, a esposa e o marido começaram a discutir, momento em que José sacou a arma. Segundo o documento, Elismar morreu com três tiros, sendo que dois foram pelas costas e um na cabeça que ela levou quando estava caída ao chão. José Milton também tentou atirar na enteada, mas ela conseguiu fugir.

Preso em endereço de Palmas e solto cerca de 90 dias depois

Durante cumprimento a mandado de prisão, expedido pela Vara Criminal de Novo Acordo, José Milton acabou detido em endereço na região norte de Palmas, apresentado na Central de Flagrantes e encaminhado à Unidade Penal Regional de Palmas. 

O lavrador ficou preso de junho até setembro de 2023, quando teve a liberdade provisória concedida pela Justiça. A decisão foi expedida pela juíza Aline Marinho Bailão Iglesias. 

Na época, o MP recorreu contra a decisão de soltura e o Tribunal de Justiça determinou novamente a prisão preventiva do lavrador, que foi cumprida no dia 1º de fevereiro deste ano. O suspeito se apresentou à Polícia Civil em Miracema.

Durante audiência de instrução de um processo criminal, realizada no dia 1° de setembro, o lavrador disse que matou a mulher por legítima defesa.

Segundo a Justiça, a defesa do réu ainda pode recorrer ao Tribunal para evitar o julgamento popular.

O que diz a defesa

Vejo e respeito a decisão da juíza, mas discordo. Acho que não é dessa forma. Como todos têm direito a defesa ela será feita da melhor forma possível e eu entendo que a disparidade, ou a diferença daquilo que eu penso, é porque não poderia ter sido feita a pronúncia conforme o Ministério Público apresentou na sua acusação.

Há uma discrepância entre as provas trazidas aos autos. Durante a perseguição penal foi demonstrado que as coisas aconteceram não da forma que está ali denunciado e não foi do jeito que está sendo trazido ali na peça de sentença.

Advogado Rildo Caetano de Almeida