O governador Mauro Carlesse (DEM) convidou e a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), se encontrarão nesta quinta-feira, 27, para para debater o avanço da Covid-19 na Capital. O convite se estende a secretária municipal de Saúde, Valéria Paranaguá. O encontro será no Palácio Araguaia, sede do governo estadual.

Palmas tem mais de 11 mil registros da doença e 82 óbitos segundo o boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde. Já pelo boletim da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Palmas ocupa o primeiro lugar no ranking de pessoas contaminadas com o novo coronavírus, com registros de 11.222 casos. Já na questão dos óbitos, a Capital aparece na segunda posição com 78 mortes, atrás apenas de Araguaína, com 138. Segundo a SES, o Tocantins acumula 46.364 diagnósticos positivos da Covid-19 e 621 mortes devido as complicações causadas pela doença.

“Estamos abertos para tratar sobre a pandemia de forma séria e como assunto de saúde pública. Nosso intuito com essa reunião é discutir esse cenário e verificar os pontos que podemos convergir para que a circulação do vírus diminua e, consequentemente, que tanto o nosso sistema de saúde dê conta de atender às pessoas, como também que essas ações possam preservar vidas”, disse Carlesse.

Lockdown

No início do mês de agosto, em manifestação publicada simultaneamente no Twitter e Facebook, Cinthia Ribeiro afirmou que o lockdown (bloqueio total) na Capital dependia da adesão dos municípios vizinhos e do governo estadual "que formam um conjunto de instâncias governamentais".

 "Palmas isoladamente, não resolveria seu status de saúde com o lockdown, pq (sic) a população já não suporta sozinha tudo que vem passando para conter a circulação do vírus", escreveu a gestora. 

A prefeita chegou a dizer que a medida não estava descartada, mas reforçou que a ação só irá avançar se for feita uma análise conjunta. “Se necessário não hesitaremos naquilo que somos responsáveis, inclusive no próprio LOCKDOWN, desde que analisado conjuntamente para ter os efeitos necessários”.

Anteriormente, a prefeita já havia dito que iria procurar o governo estadual para tratar do assunto, mas o encontro ainda não tinha sido organizado. 

Secretários

Os chefes das pastas da saúde da Capital e do Estado chegaram a trocar notas sobre a publicação da prefeitura. Na época que fez as postagens, a chefe de executivo de Palmas também falou sobre a estrutura da saúde municipal e a demanda que a cidade tem que atender por conta da pandemia. Na ocasião, o secretário estadual de saúde, Luiz Tollini, respondeu à prefeita e cobrou investimento por parte do município, dos recursos federais recebidos pela gestão da tucana em leitos clínicos, de UTI, profissionais e até mesmo hospital de campanha.

Valéria Paranaguá que tinha sido recém-empossada como secretária municipal de Saúde de Palmas, respondeu o secretário estadual e lembrou que a prefeitura concordou com o pedido do governo estadual de usar o Espaço Cultural para a instalação de um hospital de campanha, há cerca de três meses.

A secretária ressaltou que a gestão municipal é responsável pelo atendimento de saúde básica e de baixa complexidade enquanto os atendimentos de média e alta complexidade são de competência do governo estadual e afirma recebeu R$ 13,767 milhões de repasses da União e destinou mais R$ 19,347 milhões de recursos próprios para ações. 

Entre as medidas cita a contratação de 44 profissionais (10 enfermeiros, 15 médicos e 19 técnicos de enfermagem) para atendimento exclusivo à Covid-19, 15 mil kits de testagem e a compra de 9 leitos de estabilização para a UPA sul e 12 para a UPA norte, equipados com respiradores, monitores, desfibriladores, bomba de infusão, usina de oxigênio e outros equipamentos para os pacientes com Covid-19.