Mais de 50 pessoas já foram ouvidas pelo Tribunal do Júri desde o dia 11 de março no julgamento dos réus relacionados à fuga do Presídio Barra da Grota, em outubro de 2018. De acordo com o Ministério Público do Estado do Tocantins (MPTO), nesta terça-feira (19) será realizada a votação dos jurados pela condenação ou absolvição individual de cada réu.

Segundo o MPTO, 56 pessoas já foram ouvidas, entre testemunhas, vítimas dos crimes e réus. São 15 réus envolvidos na rebelião e fuga que é considerada a maior em massa de presidiários no estado do Tocantins.

Dos 19 réus inicialmente programados para o julgamento, apenas quatro já foram julgados em outubro de 2023, com condenações que chegam a 82 anos de prisão.

Acusações

Conforme o MPTO, na acusação estáo os promotores de Justiça Daniel José de Oliveira Almeida, Breno de Oliveira Simonassi e André Henrique Oliveira Leite.

Eles afirmam que os detentos agiram de forma conjunta, executando uma ação de fuga planejada. Também é apontado pela acusação que os réus cometeram diversos crimes para viabilizar a fuga, incluindo os crimes de sequestro e tentativa de homicídio.

Relembre o caso

No dia 2 de outubro de 2018, uma rebelião seguida de fuga foi registrada no presídio Barra da Grota, em que 28 detentos fugiram por um buraco feito em uma cela e conseguiram sair pela porta da frente da Unidade de Tratamento Penal Barra da Grota. 

Durante a fuga, os detentos utilizaram pistolas, uma espingarda calibre 12 e facas artesanais e fizeram cinco pessoas de reféns, dentre as vítimas uma professora, três técnicos de defesa social e um técnico administrativo. 

Ao conseguirem sair da unidade penal em direção à rodovia TO-222, os fugitivos cruzaram com uma viatura da Polícia Militar, posicionada para bloquear a estrada. Eles se aproximaram da viatura, atentando contra a vida dos policiais com disparos de arma de fogo, e conseguiram pegar mais duas armas de fogo e munição durante o confronto.

Em seguida, os detentos seguiram em direção a um matagal, onde se dispersaram. Os reféns foram mantidos sob seu domínio por cerca de 30 horas, sendo que um deles foi ferido pela pressão da faca artesanal e precisou de atendimento hospitalar.

O homem apontado como líder do grupo, Valdemir Gomes de Lima, conhecido como “Caranguejo”, e mais 8 fugitivos morreram em confronto com os policiais. Os demais fugitivos foram recapturados em ocasiões diferentes, tendo respondido, presos, ao processo movido pelo Ministério Público.