Durante coletiva na manhã de sábado, 20, o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) afirmou que 70% ou mais dos pacientes que chegam no HGP são oriundos da capital que precisa ter um hospital municipal.

O político visitou alas de internação do Hospital Geral de Palmas (HGP) e concedeu coletiva. O governador disse não querer jogar o problema para ninguém, mas cobrou responsabilidade e parceria da prefeita. “Eu tenho a minha responsabilidade e vou arcar com ela, mas eu quero essa parceria, da mesma forma que nós tratamos com todo cuidado os paciente do interior do estado”, nós queremos que a capital dê essa condição”.

Wanderlei Barbosa destacou ainda que a capital completou 34 anos de história, e que “tá na hora da gente cuidar melhor da nossa gente”. Afirmou também ficar surpreso com a quantidade de pacientes na sala vermelha e disse não negar a entrada de pacientes apesar de não ter leitos suficientes neste momento para todos estes pacientes. 

Ele falou da importância de haver união de esforços entre a prefeitura, estado e governo federal. “O nosso sistema é tripartite, o sistema é único de saúde, cada um com a sua responsabilidade, não podemos jogar nas costas um do outro, eu não quero jogar, tenho recebido todos os paciente possíveis”.

Em relação à decisão que determina o estado ter até 24 horas para transferir os pacientes internados nas UPAs de Palmas para o HGP, publicada na sexta-feira (19), o governador afirmou que vai cumprir, “se a justiça achar que a regulação tem que ser finalizada, eu recebo todo mundo, se não tiver leito eu coloco nos corredores, nós vamos fazer o melhor que nós pudermos”.

Questionado pelo Jornal do Tocantins se teme que a Polícia Federal (PF) investigue a gestão hospitalar pública no governo dele, ele respondeu que não. “Não tenho nenhum temor por isso, eu acho que todas as nossas portas são abertas, a gestão hospitalar está sendo feita, onde tiver que trocar qualquer profissional que não tiver correspondendo a sua obrigação, nós iremos fazer”. 

A prefeitura de Palmas informou neste sábado que a prefeita vai comentar sobre o pronunciamento do governador e todo o problema que a saúde vem enfrentando, neste sábado, no desfile cívico, a partir das 18 horas, na Avenida Palmas-Brasil norte.

Em matéria publicada no JTo no último dia 16,  houve 20 mortes em 2023 e 21 no entre maio do ano passado, quando o estado implantou a regulação travada de pacientes e dezembro de 2022. De acordo com o levantamento, houve 23 óbitos na UPA Sul, enquanto que na UPA Norte, morreram 18 pacientes.

O levantamento, porém, não inclui a morte da empregada doméstica Aurilene Lima da Silva, de 41 anos, que morreu no dia 8 de maio, na UPA Sul, após três pedidos de remoção da paciente recusados por falta de vagas. Com a morte dela, o número sobe para 42.

Há casos de pacientes que agonizam mais de 72  horas à espera de um leito até morrer. É o caso de F.S.D.O. de Palmas, que estava internada na UPA SUl. Ela teve o pedido inserido no Sistema de Regulação Estadual (SER) no dia 13 de setembro do ano passado, às 20h48. Esperou, em vão, por três dias. Morreu no dia 16 de setembro de 2022, às 20h50. Tempo de agonia: 72h e 2 minutos.