Durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão na deflagração da Operação Flak nesta quinta-feira, 21, em um dos endereços de João Soares Rocha, suposto chefe de uma quadrilha de tráfico internacional de drogas investigada pela Polícia Federal (PF), os agentes encontraram dólares, euros e reais escondidos dentro de capas de livros, cadernos e pastas em Goiânia (GO). A informação é do portal G1 Tocantins.

A polícia encontrou € 10 mil - cerca de R$ 42 mil-, $138.750, equivalente a R$ 500 mil, além de R$ 2.350,00. Rocha foi preso em Tucumã (PA) também nesta quinta-feira, e recambiado para Palmas para prestar depoimento. Posteriormente foi levado para a Casa de Prisão Provisória (CPP) de Palmas.

A Justiça Federal manteve sua prisão e de mais 21 pessoas após audiência de custódia com 24 detidos na operação. Ao todo, 28 pessoas foram presas pela Polícia Federal após cumprimento de 55 mandados de prisão nos estados do Tocantins, Goiás, Distrito Federal, Pará, uma no Paraná, Roraima, São Paulo. Também houve o cumprimento de 81 mandados de busca e apreensão. As prisões foram autorizadas pela 4ª Vara Federal de Palmas e assinadas pelo juiz Pedro Felipe de Oliveira.

Defesa

O advogado de defesa do investigado, Renato de Oliveira, disse à reportagem que seu cliente é inocente, e que Rocha seria dono de apenas um hangar, porém não disse em qual cidade está localizada a propriedade. Também informou que vai recorrer da prisão do suspeito, no entanto, ainda estaria juntando a documentação que fundamente o pedido.

Investigação

Dividido em quatro núcleos – logístico, aeronáutico, mecânico e distribuição -, a organização criminosa teria, conforme investigação da PF, movimentado cerca de R$ 13 milhões com o tráfico de cocaína para os Estados Unidos e países da Europa. A droga era levada em aeronaves alteradas para serem abastecidas ainda no ar, e até mesmo através de um submarino, apreendido em 2018 na costa do Suriname. Nos mandados de busca e apreensão constavam 47 aeronaves.

O Tocantins, segundo a PF, fazia parte da rota da organização por ser ponto de apoio especialmente do núcleo mecânico, tendo em vista que eram feitas manutenções de aeronaves e do sistema de abastecimento no Estado. O aeródromo Dona Iracema, em Porto Nacional,  identificado também como “Pista do Wisley”, teria servido de base para adulteração de aviões usados pela organização criminosa para o tráfico internacional de drogas, sendo também alvo da investigação. Seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Tocantins, com seis prisões.