Aposentados, indígenas e analfabetos eram as principais vítimas dos advogados investigados por fraude em empréstimos consignados, alvos da operação Praeda, deflagrada nesta terça-feira, 23, conforme divulgado pelo Ministério Público (MP).

De acordo com o órgão, a suposta organização criminosa atuava em diversas cidades, e angariava documentos e dados de pessoas em situação de vulnerabilidade para os golpes.

A organização tinha por finalidade contratar empréstimos consignados fraudulentos e se apropriar indevidamente dos valores. O grupo também ajuizou ações em massa na Justiça estadual contra instituições financeiras, afirma o Ministério Público.

A operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumpriu 18 mandados de busca e apreensão em residências e escritórios de advocacia localizados em oito cidades.

O orgão não divulgou o nome dos investigados.

Com apoio da Polícia Civil, os alvos foram 11 residências e sete escritórios nas cidades de Ananás, Araguacema, Araguaína, Augustinópolis, Buriti do Tocantins, Dois Irmãos, Goiatins e Palmas. 

Participam 60 policiais, 12 delegados, quatro agentes do Gaeco e sete promotores de Justiça. A palavra Praeda, que dá nome à operação, tem origem no latim e significa “presa”.

Investigações

As investigações realizadas pelo Gaeco ocorrem desde maio de 2023. São apurados os crimes de furto qualificado, apropriação indébita qualificada, estelionato qualificado, falsificação de documento particular, falsidade ideológica, uso de documento falso e fraude processual, todos cometidos no âmbito de organização criminosa.

Em nota enviada à imprensa nesta terça-feira, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Tocantins, Gedeon Pitaluga Júnior informou que a OAB está acompanhando desde cedo a operação, "garantindo as prerrogativas legais dos advogados envolvidos e logo que tiver acesso aos autos do processo deverá se manifestar sobre as providências institucionais em relação ao caso".