Preso próximo ao corpo da esposa Madalena dos Santos Marques, 50 anos, morta a facadas na altura da cintura e no pescoço, na tarde de segunda-feira, 27, Felipe de Jesus Magalhães, 26 anos, assumiu o crime e disse aos policiais da Central de Atendimento à Mulher, mas negou ter planejado o crime, cometido dois dias após deixar a prisão, onde ficou detido desde outubro, sob investigação por ter arremessado o celular na esposa. 

No depoimento tomado após ter sido levado por policiais militares, Magalhães apontou que comentou o crime por ciúmes e por fazer uso de entorpecente.

Na delegacia, ele confirmou o crime, acabou autuado e foi levado para a Unidade Penal Regional de Palmas (UPRP).

Durante a oitiva, ele mencionou ciúmes e uso de entorpecentes no momento em que matou Madalena. A delegada perguntou se ele se lembrava de como cometeu o crime, se houve discussão e o porquê de ter ocorrido. "Quando eu saí [da prisão], nós discutimos, discutimos, discutimos [...] e bebendo e usando entorpecente [...]".

Perguntado se havia planejado praticar o crime, ele nega e confirma ter sido no impulso. A delegada também pergunta se houve provocação, xingamento ou agressão por parte da esposa. Ele nega. 

A morte de Madalena

Quando militares chegaram no local encontraram Felipe sentado em frente a quitinete onde morava com Madalena, localizada no Jardim Aureny III, região sul de Palmas, sem fugir dos policiais.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP) Felipe assumiu ter matado a esposa e em seguida pediu uma vizinha para ligar para a polícia e ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Ao converter a prisão em preventiva, o juiz José Ribamar ressaltou que Magalhães responde a uma ação penal pelo crime de violência doméstica contra a mesma vítima, a que a levou à prisão em outubro, e outro processo no Estado de São Paulo. Segundo a decisão do juiz, ele é réu por homicídio também no contexto de violência doméstica, em ação que tramita na 4ª Vara Criminal de Osasco (SP).

“Desta forma, fica evidente a contumácia do custodiado em delinquir e, por consequência, o risco concreto de que continuará a praticar crimes caso seja solto”, decide o juiz.

A Defensoria Pública, que acompanha o preso neste momento, pediu apenas a homologação do auto de prisão em flagrante, e informou que fará os pedidos no juízo natural, ou seja, onde o processo tramitar.

O corpo de Madalena será enterrado nesta quarta-feira, 29.