A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (21) o homem investigado por supostamente chefiar uma rede de tráfico internacional de drogas alvo da Operação Flak. João Soares Rocha foi capturado em Ponta Porã (MS) em cumprimento a mandado de prisão da Justiça.

João Soares estava foragido desde 2020, depois de conseguir uma decisão de liberdade no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília. O nome dele estava na lista de procurados da Interpol e, no momento da prisão, ele usava documentos falsos. O g1 tenta contato com a defesa de Soares, mas não obteve retorno até a atualização mais recente desta reportagem.

João Soares da Rocha é dono de fazendas, aviões, postos de combustíveis e até um hangar. Segundo a PF, o grupo chefiado por ele utilizava pistas de pouso em Palmas e em Porto Nacional, no Tocantins, como ponto de apoio para movimentar as drogas.

O grupo supostamente usava até um submarino improvisado para levar drogas.

Em setembro de 2023, quando ele já estava foragido, a polícia realizou a segunda fase da operação com foco em descapitalizar o suposto grupo criminoso. Na época, a Justiça Federal do Tocantins bloqueou milhões de reais em bens. A defesa dele sempre negou todas as acusações.

Nesta quinta-feira (21), a PF informou que cumpriu dois mandados dois mandados de prisão preventiva expedidos pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária no Tocantins e pela 4ª Vara de Crimes Dolosos Contra a Vida do Tribunal de Justiça de Goiás.

Durante a abordagem, ele apresentou uma identidade falsa aos federais. Isso levou a polícia a identificar que o uso do documento estava dificultando a localização do investigado pela Segurança Pública e Justiça Criminal.

Além do mandado de prisão pela suspeita de tráfico internacional, João Soares também era procurado por suspeita de ser o mandante do assassinato de Silvio Dourado, advogado e policial federal aposentado e namorado da ex-mulher. O crime aconteceu num semáforo em Goiânia numa avenida movimentada em abril de 2020.

Operação Flak

O grupo criminoso começou a ser investigado em 2018 depois que uma aeronave com 300 quilos de cocaína foi apreendida em Formoso do Araguaia. O principal investigado, apontado como chefe da quadrilha, é João Soares Rocha.

Durante a investigação a polícia descobriu que o grupo comprava e adulterava aeronaves para transportar drogas no Brasil e em outros países. João Soares Rocha possuía de fazendas, aviões, postos de combustíveis e até um hangar.

As investigações indicam que a rota do transporte de drogas passava pelos países produtores (Colômbia e Bolívia), países intermediários (Venezuela, Honduras, Suriname e Guatemala) e países destinatários (Brasil, Estados Unidos e União Europeia). Pistas no Tocantins também eram usadas pelo grupo.

Também em 2018, a polícia conseguiu encontrar uma espécie de submarino improvisado no Suriname. A embarcação, que podia carregar entre 6 e 7 toneladas, poderia ser utilizada para levar drogas para Europa e África.

No ano seguinte o grupo foi alvo de uma megaoperação da Polícia Federal que fez 28 prisões e apreendeu 11 aeronaves.

Durante as investigações da Flak deflagrada em fevereiro de 2019, a PF constatou que Joao, chegou a transportar nove toneladas de cocaína. 47 aviões ligados ao grupo dele foram apreendidos na época.