O Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Tocantins (Sindessto) divulgou nota na qual  discorda da decisão unilateral do governo estadual de confiscar 70% dos leitos de UTIs privados em Palmas, Gurupi e Araguaína. Para o sindicato, o ato é "ditatorial" e chegou a divulgar, numa primeira nota, que irá acionar a Justiça contra o Estado. De acordo com o sindicato, a medida judicial iria buscar um acordo sobre o uso dos leitos. Na segunda nota, essa informação deixou de existir. 
 
O Sindessto questionava, por exemplo, como serão custeados os gastos com insumos, medicamentos, mão de obra e não ficou claro como isso será questionado durante o confisco. 
Segundo o sindicato, em abril os hospitais privados ofereceram os leitos de terapia intensiva ao governo estadual, mas o governo teria recusado alegando que iria priorizar a construção de hospitais de campanha. O governo chegou a divulgar a construção de três, mas nenhum saiu do papel.
 
O confisco alcança leitos de UTI no Hospital Santa Thereza, Hospital Unimed, Hospital Palmas Medical, Hospital Oswaldo Cruz, Instituto Ortopédico do Tocantins e Hospital e Maternidade Cristo Rei na Capital. Em Gurupi, a Unimed e, em Araguaína, o Hospital Dom Orione.
 
Governo

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) defende a medida como forma de acesso aos pacientes do Tocantins e lembra que 93% da população depende do SUS (Sistema Único de Saúde) e irá pagar pelos leitos requisitados. Afirma ainda que precisa dos leitos disponíveis tanto na rede pública quanto privada porque não respiradores disponíveis no mercado, para a aquisição e instalação imediata de novos leitos.

Sobre a proposta citada pelo sindicato, a SES diz que a quantidade era inferior à demanda  e por isso a requisição no "patamar necessário" para o tratamento da Covid-19 no Tocantins.

A SES ressalta ainda que a requisição se deu conforme a "capacidade operativa das unidades hospitalares" ou seja, não importava se o leito no hospital era da própria unidade ou se havia contrato de gestão entre a unidade hospitalar e uma terceira empresa. .

 
 
Confira a nota
 
O Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Tocantins (SINDESSTO) vem a público repudiar o ato administrativo do governo do Tocantis que, de forma ditatorial, confiscou 70% dos leitos das Unidades de Terapia Intensiva (UTI's) da rede privada do estado.
 
Diferentemente do que foi alegado pelo Secretário de Saúde do Estado, Dr. Edgar Tollini, desde abril os hospitais privados ofereceram, via ofício, leitos de terapia intensiva ao governo estadual. No entanto, à época o governo respondeu afirmando que tais leitos não seriam necessários, uma vez que o Estado estava priorizando a construção de um hospital de campanha.
 
A proposta do SINDESSTO, representando o entendimento dos hospitais privados do Estado do Tocantins, foi o estabelecimento de uma parceria público-privada, de forma a possibilitar o atendimento do maior número possível de cidadãos tocantinenses.
 
O SINDESSTO salienta que, mesmo com todas as dificuldades que os hospitais vêm enfrentando na linha de frente do combate à COVID-19, todos estão empenhados e dedicados à missão de minimizar os efeitos desta pandemia à população.