Na manhã desta quinta-feira (30), fiéis de diversas paróquias e comunidades religiosas se reuniram para confeccionar os  tradicionais tapetes de Corpus Christi. O estacionamento da Catedral Metropolitana Divino Espírito Santo, em Palmas, ganhou um colorido especial em honra ao Corpo e Sangue de Cristo presentes na Eucaristia.

O JTo esteve no local e conversou com os membros das comunidades, que compartilharam suas experiências e motivações por trás dessa manifestação de fé. 

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Natália Pereira, catequista da Paróquia São José, compartilhou detalhes sobre o processo de produção dos tapetes. "Nós estamos aqui desde as 7 horas da manhã, algumas catequistas chegaram mais cedo para poder organizar as coisas. Nós usamos principalmente pó de serragem, tintas para colorir todo o tapete. No tapete, a gente coloca o nome da nossa paróquia e alguns símbolos que remetem à nossa fé", explicou Natália.

A paróquia apresentou dois tapetes distintos, um coordenado pela pastoral da catequese, e outro pelo grupo de jovens Ágape. Isabela Aires, representante do grupo, ressaltou a importância da produção dos tapetes para fortalecer os laços comunitários e aprofundar a vivência da fé. 

"É uma grande alegria porque é uma tradição que a gente faz e gera muita unidade. Estar aqui não só reforça a tradição da igreja, mas também fortalece os laços de união e fraternidade entre os irmãos", destacou Isabela.

Uma tática usada pelos jovens é utilizar também papelão nas confecções dos tapetes. “A gente está tentando fazer o mais biodegradável possível. Então hoje a gente usa tinta, tingindo papelão, um pouco de serragem e o giz para desenhar no chão”, finaliza.  

Neusa Michelle, expressou a importância de envolver as crianças na produção dos tapetes de Corpus Christi. Para ela, trazer seus filhos para participar desse evento é uma oportunidade de educação religiosa desde cedo. “É muito importante estar trazendo as nossas crianças para participar, confeccionar os tapetes, para estar em comunhão com as outras igrejas”, ressalta

O Padre da Capela Santo Antônio de Pádua, André Murilo, compartilhou detalhes sobre a produção dos tapetes e destacou a escolha cuidadosa dos desenhos e materiais utilizados. “Estamos a representar o rosto de Cristo e um cordeiro, simbolizando a presença e o sacrifício de Jesus. Os materiais que estamos usando são areia, tintas e o pigmento xadrez em pó”, conta.

Quanto à participação, o padre mencionou a colaboração de diferentes grupos da paróquia, como a turma de crisma e membros da comunidade.

A tradição dos tapetes de Corpus Christi tem profundo significado para os católicos, como enfatizou o Padre Fabio, da Paróquia Coração de Maria. "É uma manifestação pública da nossa fé na presença real de Jesus na Eucaristia. Os tapetes são um anúncio da nossa crença e um convite para que as pessoas abram seus corações para acolher Cristo", afirmou o padre.

A produção dos tapetes envolveu pessoas de todas as idades, desde crianças até idosos, cada um com sua habilidade e dedicação. Para Manuela Vasconcelos, de 14 anos, integrante do grupo de jovens Agnus Dei, participar pela primeira vez da confecção do tapete foi uma experiência marcante. "Mesmo que não fique perfeito, o que vale é a nossa intenção de estar aqui desde cedo, dedicando nosso carinho e amor", compartilhou.

A diversidade de grupos religiosos também marcou a produção dos tapetes, como destacou Leonardo Bandeira, da Comunidade Shalom. "Nós nos reunimos todos os anos, em unidade, para produzirmos nossos tapetes. Representamos o Cristo chagado, revelando o fruto do seu sacrifício na cruz", explicou Leonardo.

Os tapetes confeccionados pelos fiéis será o local da passagem do Santíssimo Sacramento seguido por uma procissão após a missa solene realizada às 18h na Catedral do Divino Espírito Santo, celebrada pelo arcebispo Pedro Brito Guimarães.