Com 3.297 registros da Covid-19, Araguaína é a cidade tocantinense com maior número da doença, segundo informou o boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde (SES) nesta segunda-feira, 22. Com o aumento de casos, o sistema de saúde da cidade está sobrecarregado e o governo estadual busca medidas para aliviar o sistema.

Por conta de uma informação de que o Estado programa fazer transferência de pacientes clínicos de Araguaína para o Hospital Regional de Pedro Afonso (HRPA) a fim de desafogar o sistema de saúde da cidade, o Ministério Público do Tocantins (MPTO) expediu uma recomendação de caráter preventivo ao secretário estadual da saúde, Luiz Edgar Leão Tolini, na qual orienta as possíveis transferências não sejam realizadas, até que se comprove a adoção de medidas que evitem a disseminação do novo coronavírus neste trânsito de pacientes e acompanhantes.

O MPTO requer apresentação de um planejamento sobre a transferência e que sejam informadas as providências para evitar a disseminação da doença. Os principais pontos questionados pelo órgão ministerial são: “se serão realizados testes nos pacientes e acompanhantes, sintomáticos e assintomáticos, e se o Estado garantirá que os resultados serão obtidos antes das transferências, o Estado tem que informar providências relacionadas ao reparo das duas ambulâncias que se encontram paradas, à lotação de um técnico para atuar no aparelho de raio-x e de três motoristas para cumprir toda a escala de plantão, bem como informar o prazo para a disponibilização de novos respiradores. ”

O MPTO diz prezar pela manutenção da capacidade de atendimento do HRPA, pois leva em consideração atual situação da unidade hospitalar, que está com técnicos de radiologia em quantidade insuficiente para cobrir toda a escala de plantão,. São esses profissionais que operam os equipamentos de raio-x, necessários para diagnóstico de pacientes com coronavírus.

A unidade de saúde sé tem um ventilador e dois respiradores acoplados a carrinhos de anestesia. Além disso, o HRPA é qualificado como de pequeno porte e atende uma região de sete municípios. Até o momento, a cidade de Pedro Afonso registrou sete casos da doença. A diretora-geral da unidade, Azenath Correia Rodrigues Soares, afirma que o hospital não tem estrutura para casos mais complexos da doença. “Em todo o Estado são 18 hospitais e funcionamos como uma rede. Um ajuda outro, mas isso depende da necessidade. Somos um hospital porte 1, ou seja, de um porte menor. A gente não tem estrutura para receber pacientes em estado grave. Na verdade, a gente faz é transferir os pacientes que precisam de cuidados mais específicos para outras unidades de porte maior”, pontuou.