O secretário estadual de Saúde do Tocantins, Edgar Tollini, disse entrevista ao canal GloboNews na manhã deste domingo, 17, que o 'lockdown' pode aumentar e se estender para outros municípios tocantinenses. Até sábado, 16, 35 cidades foram atingidas pela medida, que determina o fechamento dos serviços não essenciais. 

De acordo com o portal G1 Tocantins, Tollini falou ainda sobre a chegada de pacientes com Covid-19 do Pará para UTIs da rede privada de Palmas. O secretário afirmou que ficou surpreso com a situação e determinou a requisição de leitos da rede privada para, segundo ele, "proteger o cidadão tocantinense". O secretário lembrou que os próprios municípios podem adotar a medida.

"Lógico, isso é uma medida que pode ser estendida a outros municípios, prefeitos também têm autonomia, como foi decretado pelo Supremo [STF]", afirmou. O decreto da última sexta-feira, 15, trazia 33 cidades, mas no sábado o governo do Estado afirmou que os municípios de Caseara e Couto Magalhães, entraram na lista de cidades com as atividades consideradas não essenciais totalmente suspensas no Norte do Estado. Válida por sete dias, a decisão segue até o próximo sábado, 23, mas pode ser estendida.


"Esperamos que com a medida, com o lockdown, tenhamos um número de casos decrescente durante essa semana. É importante, sabemos desse problema, da situação socioeconômica, das atividades comerciais, mas é importante que cada município que foi colocado dentro dessas medidas possa ter pelo menos 70% do cumprimento do lockdown para que nós possamos avaliar isso a curto prazo, que é esse prazo de sete dias".

UTIs

Questionado sobre os leitos de unidade de terapia intensiva do Estado, o chefe da pasta da saúde disse que o estado tem 46 leitos disponíveis para atender pacientes com Covid-19 e que precisou requisitar leitos da rede privada para proteger os moradores do estado.

“Os hospitais privados, no dia 15 de março, solicitamos que eles nos passassem o quantitativo exato de leitos de UTI, que poderiam ser usado pela rede. Necessariamente, a rede do cidadão tocantinense. Eu esperava essa resposta, os hospitais não me responderam e na quinta-feira, nós fomos surpreendidos por aviões, UTIs aéreas chegando até o Tocantins com pacientes de outros estados, especificamente do Pará, da companhia Vale do Rio Doce, que é uma empresa privada, que tem condições e recursos financeiros para pagar os hospitais que hoje também passam pela mesma crise socioeconômica de todos os segmentos”, disse Tollini.

Segundo o secretário, 17 pacientes que estavam no Pará chegaram ao Tocantins. Ele afirmou  também que no total há 92 pessoas internadas.
"Essa medida foi necessária para proteger o cidadão tocantinense, nós requisitamos administrativamente, chegamos a um número de 46 leitos nos entes privados e isso ampliou a oferta e deixamos 30% para que eles possam atender os convênios, mas acima de tudo proteger o cidadão tocantinense que necessita de estar com todos os leitos da rede privada e pública".

Tollini disse que os números do Tocantins em relação a infectados e mortos por conta da doença ainda são baixos, comparados aos dados nacionais.
"Para você ter uma ideia, o Brasil hoje, em cima do número de casos que nós temos, o Tocantins era para ter aproximadamente 1.900, quase 2.000 casos. Nós somos 0,75 da população brasileira. Hoje nós temos 1.200 e se vocês olharem o número de óbitos, tem 27 óbitos e pelas taxas do Brasil, teríamos que ter 120. Eu tenho uma situação de casos leves e moderados que são tratados através de isolamento domiciliar, vão com a medicação, são atendidos nas unidades. Nós estamos fazendo um trabalho, eu não digo antecipado, mas começamos a pensar desde o primeiro dia, quando em 5 de fevereiro, o ex-ministro [de Saúde] Mandetta convocou os secretários de saúde, o Tocantins começou a trabalhar", disse.

O último boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde (SES) diz que 1.279 já foram infectadas pela Covid-19 no Tocantins e 27 delas morreram em decorrência da doença.