Infelizmente esse é um mercado real: a venda de sentenças. Quando um julgador faz isso é tão absurdo quanto um padre que vendesse  a hóstia. E se há vendedor é porque há comprador. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) irá investigar denúncias em desfavor de um juiz do Tribunal do Espírito Santo acusado de favorecer réus em ações em troca de benefícios financeiros. Por maioria o Conselho votou pela abertura do processo administrativo e o afastamento do magistrado das funções.

Entre os fatos investigados estava a autorização de liberação de fiança em dinheiro sem a prévia intimação do Ministério Público, atitude tomada pelo magistrado enquanto atuava como substituto em outra vara, num tempo recorde e em atendimento a advogados que não atuavam diretamente no caso. Apurou-se ainda indícios de pedidos de liberdade provisória formulada por advogado sem procuração nos autos e com proposta de pagamento para que o réu fosse colocado em liberdade. 

O juiz chegou a ser afastado do cargo em 2021 durante investigação do TJES e obrigado a se manter afastado do prédio do Fórum a pelo menos 500 metros, além de ter sua prisão decretada pela Corte, sob o argumento de que estava interferindo no andamento do processo. O PAD servirá para diversas averiguações, inclusive a acusação de venda de sentenças.