O Júri Popular de acusados de envolvimento na fuga em massa do presídio Barra da Grota, que já dura 12 dias, está na etapa final, consistente na votação do Conselho de Sentença, conforme informou o Ministério informou que Público nesta sexta-feira (22). O Tribunal do Júri é realizado em Araguaína desde o dia 11 de março

Conforme o MP, em caso de condenação dos réus, depois o juiz calculará as penas. Ainda segundo o órgão ministerial, a previsão é de que os trabalhos se encerrem nesta sexta-feira ou no sábado (23). 

Na segunda-feira (18) o JTo mostrou que mais de 50 pessoas já foram ouvidas pelo Tribunal do Júri desde o dia 11 de março no julgamento dos réus relacionados à fuga do Presídio Barra da Grota, em outubro de 2018. 

De acordo com o Ministério Público, a votação dos jurados pela condenação ou absolvição individual de cada réu estava prevista terça-feira (19).

Segundo o MPTO, 56 pessoas já foram ouvidas, entre testemunhas, vítimas dos crimes e réus. São 15 réus envolvidos na rebelião e fuga que é considerada a maior em massa de presidiários no estado do Tocantins.

Dos 19 réus inicialmente programados para o julgamento, apenas quatro já foram julgados em outubro de 2023, com condenações que chegam a 82 anos de prisão.

Acusações

Conforme o MPTO, na acusação estáo os promotores de Justiça Daniel José de Oliveira Almeida, Breno de Oliveira Simonassi e André Henrique Oliveira Leite.

Eles afirmam que os detentos agiram de forma conjunta, executando uma ação de fuga planejada. Também é apontado pela acusação que os réus cometeram diversos crimes para viabilizar a fuga, incluindo os crimes de sequestro e tentativa de homicídio.

Relembre o caso

No dia 2 de outubro de 2018, uma rebelião seguida de fuga foi registrada no presídio Barra da Grota, em que 28 detentos fugiram por um buraco feito em uma cela e conseguiram sair pela porta da frente da Unidade de Tratamento Penal Barra da Grota. 

Durante a fuga, os detentos utilizaram pistolas, uma espingarda calibre 12 e facas artesanais e fizeram cinco pessoas de reféns, dentre as vítimas uma professora, três técnicos de defesa social e um técnico administrativo.

Ao conseguirem sair da unidade penal em direção à rodovia TO-222, os fugitivos cruzaram com uma viatura da Polícia Militar, posicionada para bloquear a estrada. Eles se aproximaram da viatura, atentando contra a vida dos policiais com disparos de arma de fogo, e conseguiram pegar mais duas armas de fogo e munição durante o confronto.

Em seguida, os detentos seguiram em direção a um matagal, onde se dispersaram. Os reféns foram mantidos sob seu domínio por cerca de 30 horas, sendo que um deles foi ferido pela pressão da faca artesanal e precisou de atendimento hospitalar.

O homem apontado como líder do grupo, Valdemir Gomes de Lima, conhecido como “Caranguejo”, e mais 8 fugitivos morreram em confronto com os policiais. Os demais fugitivos foram recapturados em ocasiões diferentes, tendo respondido, presos, ao processo movido pelo Ministério Público.