A família do serralheiro Alex Nunes da Silva iniciou uma vakinha online com o objetivo de conseguir dinheiro para comprar outro veículo. A iniciativa veio após o seu carro, um Chevette, ano 1980, ser apreendido na Avenida Teotônio Segurado, em Palmas, por agentes de trânsito. A equipe entendeu que o veículo não estava em condições para transitar.

A Vakinha online começou pela filha de Alex, Thalyta Hipólito. A meta é de R$ 10 mil e, até esta terça-feira, 5, arrecadou pouco mais de R$ 4 mil. Para acessar o link e ajudar, é só clicar aqui. O serralheiro conversou com o Jornal do Tocantins e contou um pouco da sua história.

Serralheiro há quase 28 anos, Alex é pai de cinco filhos e reside no setor Taquari, região sul de Palmas, mesmo setor onde fica a sua serralheria. O Chevette era o único veículo que possuía e foi apreendido na segunda-feira, 26, quando se deslocava para fazer um orçamento de um serviço.

“Passei pelo pessoal da Attm na entrada do Aureny III e não me abordaram ali. Passei direto pela ponte e, quando eu estava passando em frente ao estádio de futebol Nilton Santos, me abordaram, ligaram a sirene, pediram para parar e solicitaram a documentação e habilitação”, contou.

Alex explicou que não tinha documentação do carro porque o pegou em troca de serviço. “Eu falei para eles que era a única forma que eu tinha de trabalhar e de manter minha família. Aquele carro tinha motor, os pneus eram meia-vida, tinha freio. Eu desci, peguei minhas coisas, meus pertences, eles chamaram o guincho e levaram o carro, e não se importaram comigo”.

Desde então, o serralheiro voltou a usar bicicleta. Ele leva seus filhos até a Escola de Tempo Integral Margarida Lemos e, quando volta, pega as ferramentas, coloca em cima da bicicleta e se desloca até próximo ao Assaí Atacadista, onde está fazendo serviços.

“Achei desumano. Duas viaturas me abordaram e depois vieram mais duas viaturas. Quatro viaturas para abordar um cidadão com um carro velho. Juntou quatro viaturas num único veículo. Fiquei triste, decepcionado, mas acredito que as coisas acontecem com Deus tem um propósito”, contou, ao reforçar o pedido de ajuda. 

“Trabalho em serralheria, e tenho que montar portão, estrutura e carregar no veículo. Eles [agentes] quiseram, na realidade, fazer mídia. Ficaram filmando, sorrindo, fazendo graça, foi isso que aconteceu”. Mas o que o deixou feliz foi a repercussão que a situação tomou. “Tem muita gente se sensibilizando para me ajudar. Estou feliz com as pessoas que estão me ajudando”.