A eleição do Ministério Público do Tocantins (MP) que elegeu os promotores de Justiça Luciano Cesar Casaroti, Abel Andrade Leal Júnior e Marcelo Ulisses Sampaio para a lista tríplice dos para a escolha do comando a Procuradoria-Geral de Justiça teve um voto de uma servidora que não faz parte dos eleitores e pode comprometer o resultado.
 
Na eleição, na sexta-feira, 16, Casaroti alcançou 67 votos (20,7%), Abel Júnior 62 (19,1%) e Sampaio, 57 (17,6%), a atual procuradora-geral de Justiça, Maria Cotinha Bezerreira Pereira recebeu 51 votos e o promotor André Varanda, 19 votos. Houve ainda 68 votos em branco (21%). 
 
Contudo, as atas da eleição mostram que houve uma falha no sistema de votação e uma voluntária novata de Colinas do Tocantins conseguiu votar. Segundo uma das atas, a servidora voluntária e novata conseguiu acessar o sistema, que deveria ser exclusivo para membros e votou. 
 
Na ata, o departamento de tecnologia explica que a servidora não sabia que a votação era exclusiva e, por ser novata, ao efetuar o primeiro login, no processo eleitoral, o sistema de votação falhou, a identificou como membro do MP e liberou uma cédula. Segundo a ata, dos cinco candidatos, apenas o promotor André Varanda se manifestou pela anulação da eleição.
 
Conforme o documento, a comissão eleitoral, formada por três membros, analisou a situação e decidiu validar a votação. O único voto contrário foi do promotor Edson Azambuja. Ele votou pela anulação da eleição diante da "vulnerabilidade constatada" no sistema e a votação estaria maculada, mas foi voto vencido.
 
Colégio vai deliberar
 
Na sessão do Conselho Superior do MP, na manhã desta segunda-feira, a procuradora Ana Paula Reigota Catini, da 9ª Procuradoria de Justiça pautou a falha e pediu que houvesse apuração e manifestação pelo Colégio de Procuradores. “Nós temos que apurar essa questão”, defendeu, apontando cautela do órgão. 
 
A procuradora sugeriu que fosse suspensa a remessa da lista tríplice ao governador, por lei deve seguir no primeiro dia útil após o resultado e convocada uma extraordinária do Colégio para ouvir a comissão eleitoral, os candidatos e o setor de Tecnologia da Informação. 
 
A procuradora-geral de Justiça, Maria Coutinha, se disse “extremamente constrangida” em discutir o assunto em razão forma que o nome dela tem sido “enxovalhado” nos últimos dias. “Primeiro quando deu problema [disseram] eu estava fraudando depois quando veio o resultado eu estou sendo linchada pelos blogues. Agora saiu boatos da vez, então, os colegas que não me conhecem por favor me respeitem”, pediu.
 
Ela concordou que fosse levado para o colégio, mas não pode presidir reunião para tratar do assunto porque era candidata, mas adiantou que sua posição seria cumprir a lei e levar a lista para o governador Mauro Carlesse (DEM).
 
Após discussão dos demais integrantes, o caso será levado para a reunião do Colégio de Procuradores na tarde desta segunda-feira. 
 
O Ministério Público disse que só se manifestará sobre o caso após esta reunião.