Um estudo intitulado Retrato da Segurança Viária no Brasil aponta que o Tocantins gastou R$ 164.437.082,60 em 2012 com óbitos e feridos em acidentes de trânsito. Isso representa gasto de R$ 450.512,00 por dia com vítimas.

De acordo com o estudo, o número de mortes no Tocantins cresceu 58,6% em seis anos, de 2006 a 2012. O número é acompanhado pelo aumento da frota de veículos no Estado, que subiu de 104.624, em 2001, para 481.846, em 2012. Um crescimento de 360,5%. O estudo não apresenta dados de mortos relativos aos últimos 11 anos.

O relatório foi desenvolvido pelo Observatório Nacional de Segurança Viária, em parceria com a Companhia de Bebidas das Américas (Ambev) e com a Falconi Consultores de Resultado. De acordo com os dados, o número de mortes vem crescendo gradativamente. Em 2006, foram 363, subindo para 474, em 2008, passando para 461, no ano de 2009, e atingindo 539 casos, em 2010. Já no ano de 2012 foram 576 vítimas fatais.

O superintendente de Trânsito da Prefeitura de Palmas, Alexandre Guerreiro, ressaltou que três fatores são importantes para o aumento desses números. “Velocidade, infraestrutura da via e o álcool.”

Cidades

Segundo o estudo, as cidades tocantinenses com números mais elevados de óbitos por 100 mil habitantes são Colinas do Tocantins, com 69,5, Gurupi, com 67,5, e Guaraí, com 59,1 mortes por 100 mil habitantes. O Jornal do Tocantins tentou contato com as prefeituras desses municípios para comentar os dados, mas não teve êxito até o fechamento desta edição.

Na outra ponta do ranking, as três melhores colocadas, ou seja, que possuem as menores taxas de mortos em acidentes, são Paraíso do Tocantins, com 10,9, Tocantinópolis, com 13,3, e Araguatins, com 21,8 mortes por 100 mil habitantes. O estudo considerou apenas cidades com mais de 20 mil habitantes e divulgou dados somente das três melhores e das três piores colocadas por Estado. Não há dados sobre a Capital.

Rodovias

O relatório também usou dados de um estudo feito pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2013, ue mostra que 35% das rodovias estaduais foram consideradas em regular estado de conservação, 32% estariam em estado ruim de conservação, 17% em bom estado, 15% em péssimo e apenas 1% em ótimo estado de conservação.

Dados

A maior parte das mortes computadas foi de homens, totalizando mais de 80% em todos os anos. A menor porcentagem foi em 2012, com 80,73% (465), e a maior porcentagem foi em 2010 com 84,04% (453). Quanto a mortes de mulheres no trânsito, os números variaram de 69 (19,01%), em 2006, a 109 (18,92%), em 2012.

Em 2006, a principal causa das mortes era por acidentes com automóveis, 123 (33,88%); seguida de motocicletas, 111 (30,58%);pedestre, 59 (16,25%); bicicleta, 32 (8,82%); caminhão e ônibus, 12 (3,31%), entre outros. Seis anos depois (2012), o maior número de mortes foi computado em acidentes com motocicletas, 179 (31,08%); seguido de automóveis, 167 (28,99%); pedestres, 56 (9,72%), entre outros.

O Tocantins ocupa o 12º lugar no ranking da frota do País.

No período de 2006 a 2012 a faixa etária com maior número de mortes no trânsito foi de 30 a 39 anos. Enquanto em 2006, foram 80 mortes (22,04%) nesta faixa de idade, em 2012, foram computadas 129 (22,40%). Um aumento de 61,25% no período.

Os dados também apontam um alto crescimento no número de mortes no trânsito entre pessoas na faixa etária de 18 a 24 anos. Enquanto em 2006 foram computados 61 (16,50%) óbitos, em 2012 foram 112 (8,85%), quase o dobro de casos em seis anos.

O Jornal do Tocantins entrou em contato com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), mas foi informado de que não havia ninguém no órgão para falar sobre o assunto.

Brasil

Segundo o relatório, acidentes de trânsito são a 9ª maior causa de óbitos no mundo e podem alcançar a 7ª posição dentro de menos de duas décadas. “Há um crescimento constante no número de óbitos nos últimos 14 anos no Brasil. Em 2012, foram 45,7 mil vítimas fatais, o que representa um óbito a cada 12 minutos, e 177,4 mil feridos”, diz trecho do relatório.

Segundo a análise feita, os números podem ser comparados com a Guerra do Iraque onde morreram cerca de 37 mil pessoas em oito anos de conflito.