A princípio, a intenção de algumas pessoas era levar divertimento com ajuda do esporte para 19 crianças com idades entre 5 e 18 anos do Lar Batista F.F. Soren, localizado em Luzimangues, distrito de Porto Nacional. Mas o trabalho voluntário despertou a vontade de apadrinhar afetivamente as crianças do local.

O aeronauta Ivonaldo da Silva Soares, de 42 anos, se afeiçoou tanto às crianças do lar que passou a ser padrinho afetivo delas. “Há dois anos e meio, viemos para o Lar Batista com um projeto para esporte e conhecemos a realidade do apadrinhamento. A Constituição Jurídica do Lar é diferente do orfanato. É um lar de passagem que atende o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Então, as crianças que estão aqui podem se socializar com a comunidade e com quem interessar, e foi onde a gente entrou”, explica Soares.

Segundo o aeronauta, as programações são feitas com todas as crianças, de acordo com as faixas etárias, que vai de 5 a 18 anos. “Se for um fato isolado, gera uma expectativa ruim de ansiedade nos demais”, explica o aeronauta, ressaltando que existem padrinhos que contribuem de outras formas, como conseguindo consultas médicas ou com doações.

Na experiência de Soares, as crianças e adolescentes recebem bem essa situação de ver o que é uma família e a grande sacada do apadrinhamento é gerar vínculo. “A partir do momento que ele confia em você, que você prometeu que viria buscá-lo, que você conversou com ele, aí você atrai a atenção dele, que começa a receber o que você está passando como referência.”

O apadrinhamento já é um tipo preparação para uma possível adoção. Soares, que também tem uma filha de 10 anos, é padrinho de dois irmãos, de 9 e 10 anos, e costuma levá-los para casa nos finais de semana desde o início do projeto. A mãe biológica das duas crianças mora em Carolina (MA), seria viciada em drogas e estaria grávida novamente.