Durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), além da preocupação com o vírus, as pessoas precisam tomar cuidado com outro tipo de contaminação: desinformação. A quantidade de informações falsas cresce ao passo que a doença se alastra pelo mundo e pelo país. No Tocantins não é diferente. Em Palmas, por exemplo, através do WhatsApp, aplicativo de conversar on-line, inúmeras informações falsas circulam e são compartilhadas por muitas pessoas.

São áudios, textos e vídeos relacionados a Covid-19. As autoridades sanitárias recomendam o uso de máscaras por toda população como uma das formas de prevenir a disseminação da doença. Tendo em vista isso, um texto que circula na internet diz que a Polícia Militar e Guarda Municipal estão aplicando multas em motoristas e passageiros que estão sem máscaras dentro dos carros. O valor da multa seria de R$ 128 e o motorista ainda ganha três pontos na carteira.

Por meio de nota, a Polícia Militar do Tocantins disse que essa é uma informação falsa. Por mais que a população seja orientada a usar o item, ainda não há multa por parte da PM pelo não uso dentro de carros. Por outro lado, muitos municípios tocantinenses já decretaram o uso obrigatório de máscaras a partir do mês de maio. Em Palmas, um decreto municipal diz que a partir do dia 4 de maio, o uso do item é obrigatório para quem circula em espaços públicos (ruas, praças, estabelecimentos públicos e privados e quaisquer espaços abertos ao público. Também será obrigatório no transporte coletivo, transporte individual, táxis ou por aplicativos, como Uber.

Quem for pego sem o equipamento, será multado em R$ 80,00. Já para os donos de estabelecimentos privados ou mesmo de veículo de transporte de passageiros, a multa é de R$ 160,00 por pessoa. Em caso de reincidência, o decreto prevê perda do alvará ou licença de funcionamento. A cidades de Paraíso do Tocantins (a partir de 5 de maio) e Pedro Afonso (a partir de 1º de maio) também aderiram a medida e as multas variam entre R$ 50 e R$ 630. Outros municípios obrigaram o uso do equipamento de proteção e cada pessoa deve ficar atenta as informações divulgadas pelos órgãos oficias.

Fugitivo com Covid-19

Outra informação errada que ganhou espaço no WhatsApp é de um vídeo, acompanhando de um áudio que relata que um homem fugiu de uma unidade de saúde em Palmas, após ser diagnosticado com Covid-19.  Nas imagens um grupo de pessoas, algumas delas usando máscaras, jalecos e aventais, tenta segurar um homem que busca entrar em um carro e faz ameaças as pessoas com algum tipo de arma, que não é possível perceber nas imagens.

As imagens são reais e ocorreram no dia 16 de abril, em um posto de saúde da quadra 1.206 Sul, na Capital. Porém, não se tratava de um fugitivo por motivos de coronavírus, como dizia o áudio na voz de uma mulher. A história real, checada pelo Jornal do Tocantins, é que um homem agrediu a ex-mulher, que é servidora municipal no posto da 1.206 Sul, e tentou fugir do local, quando colegas da mulher tentaram impedir a fuga.

Supermercado

Após a quadra 706 Sul, em Palmas, registrar o maior número de casos confirmados de Covid-19, muitas informações surgiram em relação a um grande supermercado localizado dentro da quadra. Em um dos áudios que circulam no WhatsApp, uma das colaboradoras do comércio teria passado mal e apresentado sintomas da doença. O áudio ainda afirma que ela já teria feito o teste e o resultado deu positivo. Outra informação é que o dono do local também estaria com a doença e já teria passado para esposa.

O Jornal do Tocantins entrou em contato com o dono do estabelecimento para checar a informação. José Carlos Oliveira (Carlinho) afirma que nenhum dos seus funcionários passou mal, apresentou algum sintoma da doença ou testou positivo para Covid-19. Segundo o proprietário, que disse que vai fazer o teste do coronavírus para guardar o resultado e provar que não tem a doença, o local foi um dos primeiros na Capital a disponibilizar meios de higienização na entrada do supermercado.

Além disso, o dono do estabelecimento afirma que preza pelos padrões sanitários e se preocupa tanto com os clientes, quanto com os colaboradores. Oliveira também afirma que procurou a delegacia para registrar um boletim de ocorrência e disse que se estivesse com o vírus não tinha como ter transmitido para a esposa, pois está separada a quase oito meses e não mora na quadra 706 Sul.