O primeiro dia do mês de agosto pandêmico ficou marcado em Araguaína pela ocupação de 100% dos 38 leitos de UTI Covid nas redes privadas e pública de saúde e levou o promotor de Justiça Saulo Vinhal a pedir, com urgência, que a Justiça obrigue o Estado do Tocantins a recrutar profissionais plantonistas para voltar a funcionar mais 7 leitos que estão habilitados, mas seguem bloqueados sem funcionar porque faltam profissionais.
 
Desde 6 de julho o Hospital Regional de Araguaína (HRA) ampliou de 10 para 17 os leitos de UTIs, mas no dia 20, após o governo fixar que apenas médicos que atuassem exclusivamente em UTI Covid receberiam indenização extraordinária, os profissionais pediram dispensa dos plantões nesses leitos para atuar apenas em suas respectivas áreas, o que pode ter levado ao bloqueio de 7 leitos e retornar o hospital ao patamar de 10 UTIs, todos lotados neste sábado, segundo os responsáveis pela regulação na cidade.
 
Até o início da noite, o quadro era de ocupação total nos 10 leitos do HRA, mais 10 no Dom Orione e mais 10 no Hospital Municipal de Campanha (HMC), todos a rede pública. Outros 8 leitos UTI particulares, no Dom Orione também estavam ocupados. A cidade acumula 7.165 casos confirmados da doença, entre os 25.346 do Estado, e é também a primeira em número óbitos: 97 das 390 mortes até este dia 1º. 
 
O pedido do promotor, em caráter de urgência, destaca não haver, “hoje [1º de agosto] "nenhum leito vago de UTI Covid para adultos em Araguaína e região. Todos estão lotados, sejam públicos ou privados."
 
“Neste exato momento, qualquer um de nós, em todo o território estadual, caso precise de UTI, estará sujeito a concorrer a 4 (quatro) leitos públicos no Hospital Osvaldo Cruz, em Palmas, ou a 1 (um) único leito público no Hospital Regional de Gurupi. Todo o resto está ocupado e pessoas certamente já estão morrendo enquanto aguardam a regulação das UTIs”, afirma o promotor.
 
Ao lembrar que o HRA possui mais de 200 médicos, a maior parte com vínculo estatutário, Vinhal defende que há margem para o Estado recrutar profissionais para reorganizar escalas e o funcionamento dos leitos de UTI Covid ociosos, mesmo que haja afastados ou incluídos no grupo de risco “ou ainda escalas de menor urgência precisem ser desfalcadas”.
 
O promotor também sugere a possibilidade de convocar médicos de outros órgãos, como Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros para funcionar imediatamente os 7leitos de UTI bloqueados.
 
Além de pedir que o Estado apresente em 24 horas os profissionais para funcionar os 17 leitos, o promotor pede que o governo apresente escala mensal para todos estes leitos e um plano de ação e execução dos trabalhos dos profissionais convocados.