Há oito anos, a aposentada Reila Diniz Oliveira, 56 anos, percebeu um nódulo na mama esquerda enquanto estava fazendo o autoexame nos seios. Após retirar o tumor e fazer seções de quimioterapia e radioterapia, ela passou por cirurgia e reconstrução da mama, em 2014. Assim como Reila outras mulheres conseguem vencer a doença.

As chances de cura são maiores quando o câncer de mama é detectado ainda no início. O mês de outubro é dedicado à prevenção da doença, durante a realização do movimento conhecido por Outubro Rosa.

Reila, que passou a atuar como voluntária na Liga Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer de Palmas, contou que, após verificar o nódulo, procurou um mastologista, em Palmas, que verificou que era benigno, mas mesmo assim precisava de acompanhamento. Para ter certeza, consultou outra opinião em Brasília (DF) e recebeu o mesmo diagnóstico, mas seu seio estava crescendo e ela sentia dores. “Parecia agulhadas”, definiu. Durante esse período, sua mama aumentou 15 centímetros de diâmetro, mas a biópsia deu negativo para câncer, e o especialista disse que ela precisava passar por uma cirurgia devido ao crescimento do seio.

Passados três meses, Reila fez a cirurgia. “Quando o médico abriu, a mama estava toda tomada, mas como era uma cirurgia simples, a sala cirúrgica não havia estrutura para fazer a mastectomia (remoção total da mama)”, explicou. A aposentada foi diagnosticada com carcinoma invasivo e precisou fazer quimioterapia e radioterapia antes da retirada completa da mama. A reconstrução foi marcada para o dia 26 de abril de 2012, mas dois dias antes Reila teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e ficou 20 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Passado o susto, ela conseguiu reconstruir a mama em 2013. “Coloquei 430 mililitros de silicone no seio esquerdo e 150 mililitros no direito para equiparar.”

Tratamento

Para o médico mastologista Elson Lopes Barbosa, desde que a mulher desenvolve a mama, na adolescência, é bom que se examine, sempre após o ciclo menstrual e, se detectar alguma alteração palpável, é recomendado que procure um especialista.

O tratamento começa com o mastologista através da biópsia, onde se identifica se é câncer de mama e, a partir do resultado, verifica se é tumor e se vai alojar em outra parte do corpo, sendo mais frequente no osso, pulmão e fígado, mas, segundo Barbosa, pode aparecer em outros lugares.

Ainda de acordo com o especialista, a tendência é do câncer de mama ser visto em pessoas mais novas, porque a mulher tem um estilo de vida diferente. “Antigamente, tinha muitos filhos, menstruava pouco, acabava uma gravidez e entrava em outra, não tinha anticoncepcional e outras formas de evitar a gravidez. Hoje, como a menstruação é mais frequente e existem métodos anticoncepcionais, aumentam o hormônio ovariano e as chances de ter câncer de mama”, explicou.

Incidência da doença

A estimativa para 2014 e 2015 é de 180 casos novos de câncer de mama no Tocantins

No Tocantins, no ano de 2014, foram realizadas 28.937 mamografias. Já em 2015, até o mês de julho, foram realizados 4.091 exames de mamografias. Desses, 2.080 foram na faixa de 50 a 69 anos.

Fonte: Sesau