116 alunos xerentes da Escola Estadual Indígena Krãsâpte, localizada na aldeia Brupre, no município de Tocantínia, região central do estado, estão recebendo frutas estragadas, além de estarem em uma estrutura inadequada. A informação é do cacique Elias Xerente em entrevista ao JTo nesta terça-feira, 7. 

Em um vídeo, ele mostra que o carregamento de melancias e bananas entregues no sábado, 4, para a escola estavam estragados devido a demora para chegar até a localidade.

“As frutas levam muito tempo para chegar até aqui e com isso, os alimentos, as frutas, acabam ficando em estado de decomposição. Fica tudo estragado. Não pode aproveitar nada, não pode dar nada aos alunos, porque senão podem ter problemas de saúde”, afirma.

Ele mostra no vídeo as melancias estragadas. “Olha o estado dessa melancia que chegou à escola, está tudo estragado. Isso é dinheiro jogado fora, é dinheiro perdido. Chega fora de época na aldeia. Os alunos da escola acabam prejudicados”.

De acordo com o cacique, a escola tem aulas nos três períodos. No matutino, é oferado  o ensino fundamental de 6° ao 9° ano, no vespertino, do 1° ao 5° ano e no período noturno, a turma do Educação de Jovens e Adultos (EJA). Porém, segundo o líder indígena, não há estrutura adequada para os estudantes. “Nós já solicitamos desde 2022 essa ampliação da unidade, nunca recebemos resposta do governo, só teve alguns reparos, mas não teve a ampliação”.

Ele conta que há sala e pátio sem piso desde 2018. “Além da falta de piso, as salas administrativas estão sem forro, os computadores estão pegando poeira. Nós já reforçamos à Seduc (Secretaria Estadual da Educaçã), e até o momento estamos aguardando essa resposta. O freezer também precisa ser trocado”.

O que diz a Seduc

Em nota, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informou ao JTo que está providenciando a aquisição do freezer, bem como os estudos de viabilidade para a ampliação da cozinha da Escola Estadual Indígena Krãsâpte, localizada na aldeia Brupre, município de Tocantínia.

“A pasta enfatiza que a referida unidade escolar foi reformada em 2022, quando recebeu cerca de R$ 100 mil para melhorias estruturais e ampliação da escola”, destaca.

A secretaria ressalta que o Governo do Estado tem investido na melhoria da infraestrutura das unidades escolares indígenas de toda a rede. “Atualmente, 70 escolas indígenas estão  com obras em andamento, a fim de garantir a melhoria contínua da qualidade do ensino ofertado”.