Os senadores começaram a decidir nesta quarta-feira (11) pela aprovação ou rejeição do relatório favorável à admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

São 71 senadores inscritos para discursar, antes da votação. De acordo com o regimento do Senado, cada um terá direito de se pronunciar por, no máximo, 15 minutos, por ordem de inscrição.

Confira trechos dos discursos dos senadores durante a sessão:

A FAVOR
Wilder Morais (PP - GO)
A denúncia contra a presidente tem todos os elementos para ser aceita. Além do mar de ilegalidades, a economia pagou um alto preço, agoniza e pede socorro. Porém as instituições se mostraram fortes. O brasileiro continua de pé graças à própria luta.

A FAVOR
Ronaldo Caiado (DEM - GO)
O que estamos fazendo nesta tarde é interromper este ciclo danoso, que começou a deterioração do processo populista, demagógico, bolivariano. A população nos alertou: não vamos deixar acontecer no Brasil o que está ocorrendo na Venezuela.

A FAVOR
Lúcia Vânia (PSB - GO)
A irresponsabilidade na questão fiscal irá impor sacrifícios para as futuras gerações

CONTRA
Otto Alencar (PSD - BA)
Não venho aqui deixar de reconhecer que houveram erros políticos e administrativos. Mas tenho certeza que uma falha a presidente Dilma não cometeu, a moral. Creio que um dos maiores erros foi nomear ministros com carteira assinada por partidos.

A FAVOR
Fernando Bezerra Coelho (PSB - PE)
A presidente da República fez exatamente o contrário do que impõe a legislação. Como se não bastasse a tentativa de mascarar as contas do governo, houve falta de habilidade política, de diálogo.

CONTRA
Lídice da Mata  (PSB - BA)
O que menos se ouve é sobre o cometimento de crime de responsabilidade, agora substituído pelo falacioso ‘conjunto da obra’. O processo está contaminado por grave e irreparável pecado original, de ter sido conduzido por vingança.

CONTRA
João Capiberibe  (PSB - AP)
Impeachment não é uma solução, só aprofunda a crise. Não se sai de uma crise tão grave como essa pelo confronto, mas pela política. Buscar solução racional e duradoura para a crise deveria ser a nossa maior obrigação. Essa é uma briga pelo poder.

A FAVOR
Omar Aziz (PSD - AM)
Se a presidente Dilma tivesse popularidade, ela poderia pedalar à vontade. O Congresso não estaria aqui hoje. Mas o impeachment começou a partir do momento que a presidente Dilma não teve humildade, mas sim a soberba da reeleição.

A FAVOR
Garibaldi Alves Filho (PMDB - RN)
Penso haver consistentes indícios de atos da presidente que atentam e atentaram contra a Constituição. O crime de responsabilidade nada mais é que um atentado à Constituição. É o quanto basta para o Senado instaurar o processo.

A FAVOR
Gladson Cameli (PP - AC)
O momento de hoje não é para festa, mas para julgar e fazer cumprir nossa Constituição. O PT não pode mais administrar a coisa pública como um bem particular. Precisamos recuperar a estabilidade econômica e devolver os empregos aos pais de família.

A FAVOR
Paulo Bauer (PSDB - SC)
Hoje, todos os brasileiros sabem o que está acontecendo. Não há dúvidas de que a presidente, ao descumprir a lei orçamentária, incorreu em desrespeito à legislação. Impeachment é um dispositivo da nossa Constituição, não é golpe.

A FAVOR
Antonio Carlos Valadares (PSB - SE)
Não foram poucas as vezes em que alertei que nosso presidencialismo de coalização estava falido. Cheguei até a apresentar uma PEC para instituir o recall. Se tivesse sido aprovada, o próprio eleitorado decidiria hoje o afastamento.

A FAVOR
Valdir Raupp (PMDB - RO)
Entre tantos desafios, o Brasil precisa acima de tudo retomar o crescimento econômico e o desenvolvimento social. Michel Temer terá capacidade de colocar o país no rumo da estabilidade.

NÃO DECLARA
Fernando Collor (PTC - AL)
Chegamos ao ápice de todos as crises, chegamos às ruínas de um país. O maior crime está na irresponsabilidade pela deterioração econômica de um país, pelo aparelhamento do Estado. Uma nova política precisa se estabelecer, seja qual for o resultado.

CONTRA
Armando Monteiro (PTB - PE)
A responsabilidade fiscal não é algo que apenas decorre de uma postura do executivo, deve estar presente também nas decisões do Congresso Nacional. E o governo Dilma precisou vetar projetos aprovados, como o reajuste do Judiciário.

CONTRA
Regina Sousa (PT - PI)
Esse processo é essencialmente político. Tomada a decisão, partiu-se para achar o crime. Muito aqui já se falou da economia. Esse país já passou por várias crises graves e não se depôs governante. Quantas vezes já fomos ao FMI?

A FAVOR
Cássio Cunha Lima (PSDB - PB)
A presidente Dilma promoveu a maior fraude fiscal já vista em nosso país. As pessoas estão sofrendo, e não é uma crise comum, uma crise banal. Tudo que acontece no Brasil de hoje está ligado aos crimes praticados.

A FAVOR
Hélio José (PMDB - DF)
Compete-nos, agora, julgar se há ou não indícios de crimes de responsabilidade. Encontrei-me dividido. O debate se apresentou muito equilibrado, todavia declinei-me sobre a robustez do relatório de Antônio Anastasia.

A FAVOR
Reguffe (S/Partido - DF)
Na democracia, quem ganha eleição governa, mas esse governante não tem o direito de fazer o que quiser, ele tem que respeitar a legislação vigente. Um governo não pode gastar mais do que arrecada. Meu lado é o lado do contribuinte brasileiro.

CONTRA
Vanessa Grazziotin (PC do B - AM)
Dilma é julgada por quem deveria defender a democracia, mas está num colégio eleitoral de exceção, cujo objetivo é retirar a presidente legitimamente eleita. O impeachment sem a fundamentação jurídica que lhe dê legitimidade é golpe.

A FAVOR
Lasier Martins (PDT - RS)
Foi o governo da gastança, emitiu decretos de crédito suplementar sem a aprovação do Congresso. Fala-se que a presidente foi eleita com 54 milhões de votos, mas as pesquisas mostram que hoje a aprovação é de apenas 10%.

CONTRA
Randolfe Rodrigues (Rede - AP)
Estamos diante uma grave incoerência. Vamos afastar a presidente por seis decretos suplementares. Michel Temer assinou nove. Cadê o processo de impeachment de Temer?

A FAVOR
Marcelo Crivella (PRB - RJ)
Não resta dúvida de que houve crime de responsabilidade cometidos em sua gestão. O voto que profiro não é de condenação da presidenta, mas de abertura do processo. Esse processo deve buscar a Justiça. Peço a Deus que sejamos justos, não justiceiros.

CONTRA
Roberto Requião (PMDB - PR)
Vejo o desastre se aproximando porque ninguém conserta o país com o neoliberalismo que quebrou a Europa. O meu voto é contra a besteira, a monumental asneira que é o impeachment da presidente neste momento.

A FAVOR
Waldemir Moka (PMDB - MS)
Meu voto está alicerçado em evidências robustas contra a presidente Dilma. Os crimes fiscais cometidos estão claros para a população brasileira. Estamos aqui hoje para julgar o populismo incompetente, perdulário e arrogante dos governos petistas.

A FAVOR
Alvaro Dias (PV - PR)
Esse processo de impeachment começou há alguns anos. Em 2005, em meio ao escândalo do mensalão, sugeri o impeachment do presidente Lula. Não houve apoio. Depois, os escândalos se sucederam.

A FAVOR
Aécio Neves (PSDB - MG)
Foi o descontrole da economia que levou o Brasil à maior recessão de nossa história republicana. Eu me lembro que nos últimos debates presidenciais alertava a senhora presidente das pedaladas fiscais que estavam sendo feitas.

A FAVOR
Eduardo Amorim (PSC - SE)
A presidente extrapolou sua competência desrespeitando a Lei Orçamentária e, consequentemente, a Constituição. Houve, sim, os crimes de responsabilidade por ela praticados. Ocorreram, sim, as pedaladas fiscais. O país está quebrado, sem credibilidade

CONTRA
Fátima Bezerra (PT - RN)
Na ausência de crimes de responsabilidade, a oposição, derrotada 4 vezes nas eleições e que busca tomar o poder de assalto, se viu obrigada a inventá-los. Sairemos desse jogo de cartas marcadas de cabeça erguida. Golpistas não serão perdoados jamais.

A FAVOR
Acir Gurgacz (PDT - RO)
Vamos juntos com o STF assegurar o direito de defesa da presidente Dilma e julgar com calma e critérios técnicos para que possamos virar essa página e tirar o Brasil dessa crise.

CONTRA
Jorge Viana (PT - AC)
Não é justo o que estão tentando fazer com a democracia brasileira. Não estão tentando cassar a presidenta Dilma, mas a soberania do voto popular. O Senado está escrevendo uma das páginas mais tristes dos seus 190 anos.

A FAVOR
José Agripino (DEM - RN)
Vou votar pelo impeachment, primeiro, por razões de ordem legal. Depois, porque é a única oportunidade de repor o governo. Vai ser a salvação nacional? Não sei. Mas um governo de emergência com melhores condições que o atual, sem nenhuma dúvida.

A FAVOR
José Maranhão (PMDB - PB)
A população que está nas ruas clamando por mudanças e tem a consciência social do que está acontecendo pode até não entender de ciência política, mas está sentindo os efeitos mais gravosos dessa crise. E tem o direito de clamar por mudanças.

CONTRA
Angela Portela (PT - RR)
Ao contrário do que muitos repetem, esse processo tem apenas uma legalidade formal: cumpre os ritos previstos na Constituição. Mas afronta o seu espírito democrático ao usá-la como uma indisfarçável manobra política de remoção de uma adversária.

A FAVOR
Cristovam Buarque (PPS - DF)
Não fui eu que mudei, foi a esquerda que envelheceu. A esquerda que está há 13 anos no poder e demonstra um desapego à democracia, manipulando, cooptando, criando narrativas [de golpe] em vez de análises.

A FAVOR
Simone Tebet (PMDB - MS)
Não há como exagerar a gravidade da situação brasileira. O Brasil não está parando, está parado. Vivemos uma paralisia econômica. A dona de casa vai hoje ao supermercado e não enche o carrinho

A FAVOR
Dário Berger (PMDB - SC)
Que país é esse que nós estamos vivendo? Não há como ficar indiferente a tudo que está acontecendo na vida pública do Brasil. O que é certo é que, como está, não podemos ficar. Não estou fazendo o que estou fazendo com prazer, é com absoluta tristeza

A FAVOR
Sérgio Petecão (PSD - AC)
A presidente sofre hoje um processo em razão de ter cometido um crime de responsabilidade fiscal. Além do mais, o processo não foi iniciado pela oposição, como é dito aqui por alguns oradores, mas por um ex-fundador do PT, doutor Hélio Bicudo.

CONTRA
Telmário Mota (PDT - RR)
Em 1987, Renato Russo lançou a música 'Que país é esse?' Esse é o país que toma no tapetão o mandato de uma presidente. Que condena quem resgatou as políticas sociais.

A FAVOR
Romário (PSB - RJ)
O que votamos hoje é a possibilidade de conhecer melhor os fatos. Estaremos debruçados com mais tempo e profundidade sobre o processo e os argumentos de cada lado.

A FAVOR
Ricardo Ferraço (PSDB - ES)
Para mim está claro o desrespeito, a lesão premeditada e dolosa da lei orçamentária. O expediente usado foi criar um álibi através da alteração da meta fiscal, como se pudesse limpar a cena do crime.

A FAVOR
Magno Malta (PR - ES)
O [publicitário] Duda Mendonça criou o Lulinha paz e amor e a peça de marketing fez com que sonhássemos junto com eles. Os fundamentos da economia desse país foram dados nos dois governos do Fernando Henrique.

A FAVOR
Zeze Perrella (PTB - MG)
O que esse pessoal fez com o Brasil foi uma coisa inacreditável. Os motivos para votar o impeachment não são só as pedaladas fiscais, o que já seria suficiente.

A FAVOR
Ataídes Oliveira (PSDB - TO)
Quero falar para você, Lula, que está nos assistindo. Acredito que a culpa de todo esse desastre é sua. Foi você quem botou essa criatura para governar o país. A Dilma vai ser cassada e o [juiz] Sergio Moro vai te convidar para bater um bom papo.

A FAVOR
Marta Suplicy (PMDB - SP)
O que está em jogo nesse momento é a oportunidade de um grande pacto. Confio na possibilidade de montarmos um amplo leque de forças e apoios sociais e políticos. Trabalhadores e empresários, em torno de um governo de união nacional.

A FAVOR
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB - SP)
A presidente será afastada definitivamente, não tenho dúvida nenhuma. Ela perdeu as condições de governar este país. Não há ninguém que acredite, nem mesmo seus defensores.

A FAVOR
José Medeiros (PSD - MT)
Dizer que 54 milhões de votos dão legitimidade à presidente para fazer o que quiser não é verdade. Ela está debaixo do guarda-chuva legal deste país, que tem no ápice a Constituição Federal

A FAVOR
Ana Amélia (PP - RS)
Não temos nenhuma alegria e nenhuma satisfação de estar julgando um político. Não é feliz o momento de hoje mesmo sabendo da responsabilidade que paira sobre os nossos ombros.