"Tinha era que matar mais", afirmou o secretário nacional de Juventude, Bruno Júlio (PMDB), ao ser questionado sobre o massacre ocorrido no presídio em Manaus. Alegando ser filho de policial, o líder da juventude disse que deveria ser feita uma chacina por semana. Em dois dias, a briga entre facções criminosas no resultou na morte de 56 detentos.

Bruno Júlio é filho do ex-deputado federal Cabo Júlio (PMDB), hoje deputado estadual em Minas Gerais.

O rapaz comparou o caos carcerário a outro caso de grande repercussão. Segundo ele, as mortes de 12 membros de uma família em Campinas (SP), durante uma festa de réveillon, deveriam causar maior comoção do que a morte dos detentos.

- Olha a repercussão que esse negócio que o presídio teve e ninguém está se importando com as meninas que foram mortas em Campinas. Elas, que não têm nada a ver com nada, que se explodam. Os santinhos que estavam lá dentro, que estupraram e mataram: Coitadinhos, oh, meu Deus, não fizeram nada! Para, gente! Esse politicamente correto que está virando o Brasil está ficando muito chato. Obviamente que tem de investigar, tem que ver...

Nesses seis primeiros dias de 2017 já foram registradas 93 mortes em presídios no Brasil. Esse número representa cerca de 25% do total de mortes registradas em todo o ano passado (372).

Em sua fala, o jovem ainda defendeu uma das propostas do ministro da Justiça, Alexandre Moraes, de dividir os detentos pelos tipos de crimes e nível de periculosidade. “Trabalhei na Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) em Minas. Tem muita gente que consegue mudar de vida”, comentou.

Bruno Júlio acrescentou que "infelizmente" a sua secretaria não pode fazer muito a respeito das chacinas nas cadeias. Mas lembra que o governo federal vai lançar um programa de implantação centros de juventude no Brasil direcionada à mulher e à qualificação profissional dos jovens.