Após o Partido dos Trabalhadores (PT) entrar na noite de quinta-feira (20), com uma representação no Conselho de Ética do Senado, contra o senador Ronaldo Caiado (DEM), por quebra de decoro parlamentar, o goiano minimizou a ação. "Essa ação do PT não está cheirando bem. Não foi praticada qualquer conduta incompatível com o decoro parlamentar. Foi um debate duro, que se limitou a reagir de forma imediata, proporcional, num ambiente politicamente conflagrado a várias provocações perpetradas por Lindbergh e seus aliados", comentou.

O fato aconteceu no dia 25 de agosto, na sessão presidida por Ricardo Lewandowski, para o julgamento de Dilma Rousseff. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) disse que "metade do Senado" não tinha moral para julgar a então presidente, à época afastada do cargo.

Alguns parlamentares ficaram irritados com a declaração de Gleisi e teve início um bate-boca. Caiado afirmou que ele e os outros parlamentares da Casa não eram "assaltantes de aposentados". A petista respondeu: "É [assaltante] de trabalhador escravo", pelo fato do democrata ser produtor rural.

O senador Lindbergh Farias entrou na discussão e acusou Caiado de ter ligação com Carlinhos Cachoeira e com o senador cassado Demóstenes Torres. Em resposta, o goiano sugeriu que o carioca fizesse exame antidoping antes de participar dos trabalhos no Senado e insinuou, que ele seria usuário de drogas. "Tem que fazer antidoping. Fica aqui cheirando não", disse Caiado. O senador Lindbergh Farias respondeu: "Demóstenes é que sabe da sua vida. Sua ligação é com o Carlinhos Cachoeira".

Por esse bate-boca, o PT entendeu que Ronaldo Caiado ofendeu publicamente o senador Lindbergh Farias. Em nota, o goiano disse que "isso não passa de uma estratégia para tentar constrangê-lo por ter atuado a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e por sempre denunciar e combater a corrupção dos governos do PT desde a era Lula". A nota ainda afirma que Caiado está "tranquilo e que o seu comportamento foi proporcional às provocações de alguns petistas". 

O presidente do Conselho de Ética, João Alberto Souza, disse que enviou a representação do PT à Advocacia-Geral do Senado para que o órgão elabore um parecer sobre a acusação. Com o parecer em mãos, João Alberto deverá decidir se abre ou não um processo disciplinar para apurar se Ronaldo Caiado quebrou o decoro parlamentar.