Ao tomar posse como superintendente regional da Polícia Federal no Tocantins o delegado Reginaldo Donizetti Gallan Batista ressaltou que a prioridade de sua gestão será enfrentar o crime de lavagem de dinheiro. 

“Uma das minhas prioridades será o combate ao crime organizado, a criminalidade organizada que tem atuado em nosso Estado especialmente na lavagem de capitais e no tráfico de drogas”, afirmou, durante a cerimônia pela manhã de quinta-feira, 23, no auditório da Justiça Federal, em Palmas.

“Precisamos de uma atuação forte, integrada entre as instituições que compõe o sistema de segurança pública”, complementou, citando que buscará mais articulação com as instituições municipais, estaduais e federais para fortalecimento dessa integração.

Gallan disse acreditar que as instituições, juntas, são mais fortes e podem prestar “um trabalho de melhor qualidade para toda sociedade”, a citar sua experiência de trabalhar em equipe com outras instituições na região de fronteira do Brasil com o Paraguai e também o trabalho de função de coordenador na corporação em situações de crises e violência.

“A coordenação nacional das forças tarefas demonstrou excelentes resultados no combate ao crime organizado, especialmente contra a criminalidade e a violência”, disse.

Outra frente citada pelo delegado é a construção de sedes para corporação em Palmas e Araguaína. “A construção proporcionará a melhor condição de trabalho para os nossos policiais, administrativos e colaboradores, contribuindo para a manutenção e o fortalecimento das operações policiais, no combate ao crime organizado e, ainda mais, para a manutenção de melhoria da segurança pública do Estado, levando mais justiça a toda população tocantinense”, afirmou.

Defesa das ações da Caninana e Éris

Em entrevista ao JTo, o novo superintendente defendeu a atuação de agentes e de delegados que investigaram o suposto grupo de extermínio formado por policiais civis e delegados da Polícia Civil, na Operação Caninana, e o aparelhamento da Polícia Civil, na Operação Éris. Duas operações sensíveis por envolver servidores da Polícia Civil e um delegado da Polícia Federal.

A operação Caninana resultou em uma ação criminal e na prisão preventiva de sete servidores da Secretaria da Segurança Pública: os policiais Antonio Martins Pereira Junior, o “A. Júnior”, 38 anos, Antônio Mendes Dias, vulgo “Shrek”, 41, Callebe Pereira da Silva, 37, Carlos Augusto Pereira Alves, o “bolinha”, 38, e Giomari dos Santos Junior, 37 anos, e dos delegados Amaury Santos Marinho Júnior, 32, e Enio Wálcacer de Oliveira Filho , 41 .

As defesas dos delegados na Operação Caninana têm insistido, em um processo separado, chamado de incidente de falsidade, que a Polícia Federal se baseou em documentos falsificados para fundamentar a fase ostensiva da investigação e municiou a denúncia do Ministério Público.

Na Operação Éris, deflagrada em outubro de 2021, a justiça tornou réus por crimes de obstrução de investigação de organização criminosa, falsidade ideológica de documentos públicos e denunciação caluniosa de funcionário público, no mês passado, o ex-governador Mauro Carlesse (Agir) os ex-secretários Rolf Vidal (Casa Civil), Claudinei Quaresemin (Parcerias e Investimento), a ex-delegada-geral Raimunda Bezerra de Souza, que se aposentou, os delegados da Policia Civil Thiago Emanuell Vaz Resplandes, Cinthia Paula de Lima, Juliana Moura Amaral, Gilberto Augusto Oliveira Silva, Iolanda de Sousa Pereira e Lucélia Maria Marques Bento, além dos ex-corregedores Ronan Almeida e Wilson Oliveira Cabral e o procurador municipal de Palmas e ex-delegado Paulo Henrique Gomes Mendes.

Outro réu da Éris é o delegado da PF, Cristiano Barbosa, que era titular da Segurança Pública e foi nomeado no último dia 17, como Chefe do Serviço de Cooperação Educacional da Diretoria de Ensino da Academia Nacional de Polícia, órgão de cúpula da PF, em Brasília.

A defesa dos investigados na Éris, insiste que houve fraude processual na operação, consumada pela pressão de delegados da PF sobre o delegado da Civil, Thiago Resplandes, que passou a ser investigado. A suposta fraude seria para que ele confirmasse a versão que era apurada pela PF sobre falsificação de documentos que embasaram a remoção de delegados estaduais que investigavam corrupção.

Questionado sobre estas imputações feitas aos policiais federais nesta operação, o novo superintendente defendeu a apuração policial. “A gente trabalha dentro de quatro pilares, entre eles a identificação de liderança, de capitalização das lideranças, das organizações criminosas e, como foi bem falado no discurso, o trabalho da Polícia Federal é um trabalho de comprometimento, profissional e transparente. Todo trabalho da Polícia Federal realizado é pautado na investigação de fatos e não de pessoas”.