O governador Marconi Perillo afirmou nesta quarta-feira (19/4) que está terminando de se inteirar sobre o conteúdo das citações e que irá esclarecer cada um dos pontos apresentados. Marconi disse que não tem nada a temer, observando que as contribuições de campanha foram declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral e que as obras da Saneago no Entorno de Brasília sequer foram licitadas.

"Quem me conhece sabe que eu não temo desafio algum", afirmou Marconi. "Eu confio na Justiça, tenho muita convicção em relação ao que os nossos governos fizeram e fazem por Goiás. Especialmente, tenho convicção em relação a toda correção das nossas campanhas eleitorais, que foram fundamentais para dar uma guinada definitiva na história de Goiás", disse o governador, aplaudido diversas vezes durante seu pronunciamento.

Dois ex-executivos da Odebrecht relataram pagamentos de caixa dois para as últimas duas campanhas do governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB. Alexandre Barradas, ex-diretor-superintendente da Odebrecht, disse que conheceu o governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, em 2010. Ele teria ido à casa de Perillo para combinar como seria feito o pagamento da construtora para a campanha dele.

Segundo o delator, Marconi e Fernando Reis, ex-executivo da Odebrecht, tinham deferido o repasse de R$ 2 milhões para a campanha. A Odebrecht estava de olho num projeto de saneamento para cidades goianas do entorno do Distrito Federal. Alexandre Barradas também disse que Marconi sabia que as doações eram caixa dois.

Os delatores disseram que, quatro anos depois, em 2014, a Odebrecht voltou a repassar dinheiro para Marconi, que disputava a reeleição ao governo de Goiás. Ele era o favorito nas pesquisas e a empresa teria repassado então R$ 8 milhões ao candidato, quatro vezes mais do que na campanha anterior. 
O valor teria ficado abaixo do que o governador queria.

Ayres relatou uma conversa com o governador em ele teria dito que a expectativa de contribuição da Odebrecht para a campanha dele fosse da ordem de R$ 50 milhões. O delator disse quantia era absolutamente inviável e que foi uma doação de R$ 8 milhões.

O governador ressaltou sua confiança na Justiça e afirmou que responderá tecnicamente a todos os pontos levantados. Marconi observou que não há procedimento de investigação aberto, mas que, como cidadão e governador, estará sempre à disposição para prestar todos os esclarecimentos, permitindo que as boas práticas eleitorais e administrativas sejam reconhecidas.

"Estarei à disposição, assim que eu tiver todos os elementos, pra chamar a imprensa em entrevista coletiva e dar todos os esclarecimentos em relação a estes assuntos. Eu sofri um ano e meio de cabeça erguida e não vai ser agora que vou me abater", disse.

Obras no Entorno de Brasília

Marconi também esclareceu as citações sobre a realização de obras de saneamento no Entorno do Distrito Federal. "Nós investimos, de 2011 pra cá, R$ 6 bilhões em obras, licitadas por vários órgãos do governo. A construtora Odebrecht não ganhou uma licitação, não participa de nenhuma", disse. "Falam do Entorno de Brasília, não foi feito licitação, tudo que foi feito no Entorno de Brasília foi pela Saneago, com recursos da Saneago, recursos do PAC, recursos da Caesb", observou.

O governador disse ainda que sequer houve discussão sobre licitação de subdelegação de obras de saneamento na região. "Nós temos uma parceria para a construção do sistema Corumbá IV com a Caesb com o governo de Brasília, uma outra em Águas Lindas, com recursos do PAC, que está nos ajudando, no sistema de esgoto de Águas Lindas", afirmou.