O presidente Michel Temer se reuniu no início da tarde desta terça-feira (25), com governadores e com os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Eunício Oliveira (PMDB-CE), na residência oficial da Presidência da Câmara. Após a reunião, o governador de Goiás, Marconi Perillo, afirmou que os chefes de governos estaduais se comprometerem a apoiar de forma irrestrita as reformas propostas pelo governo, sobretudo da Previdência.

"Se medidas não forem tomadas, o País e os Estados entrarão em colapso. Os governos deram apoio irrestrito às reformas porque elas são fundamentais", disse Perillo.

“Para se ter uma idéia, somente no Estado de Goiás nós vamos ter nesse ano de 2017 um déficit de R$ 2 bilhões"O tema central da reunião foi a reforma da Previdência. O governador do Estado goiano ressaltou na entrevista que o relator da matéria, deputado Arthur Maia, também participou do encontro e apresentou a informação de que 55% de tudo o que se arrecada pelo governo federal hoje é gasto com Previdência. “Isso é muito sério. De 100% de tudo o que se arrecada no País hoje, 45% é destinado à infraestrutura, Educação, Saúde, Segurança e outras áreas, e 55% para Previdência. Ou seja, tem alguma coisa muito errada nisso”, alertou.

Segundo ele, os governadores se comprometeram a procurar suas bancadas para esclarecer pontos da reforma em busca de aprovação no Congresso. Ele lembrou ainda que o Executivo dos Estados terão seis meses para enviar às assembleias locais suas próprias propostas de reforma da Previdência.

“Para se ter uma idéia, somente no Estado de Goiás nós vamos ter nesse ano de 2017 um déficit de R$ 2 bilhões. E esse déficit cresce exponencialmente, porque as regras são muito antigas e prejudiciais ao conjunto da sociedade. Gastar-se R$ 2 bilhões com um número pequeno de servidores é condenar 7 milhões de goianos a estarem com menos benefícios sociais: Educação, Saúde, Segurança, Infraestrutura. Então, na verdade o que está em jogo é a vida de milhões de brasileiros”, afirmou Marconi.

Além dos presidentes da Câmara e do Senado, participaram da reunião os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles; da Casa Civil, Eliseu Padilha; e da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy. O secretário de Previdência, Marcelo Caetano, também estava presente.

Também participaram os governadores do Rio de Janeiro, Amazonas, Pará, Santa Catarina, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Alagoas, Mato Grosso do Sul, Goiás e Amapá. Os Estados do Maranhão e da Paraíba enviaram seus vice-governadores. Já São Paulo foi representado por secretários de Estado e, Pernambuco e Espírito Santo, por deputados federais.

Perillo relatou ainda que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, fez uma exposição mostrando a queda da inflação e dos juros e as perspectivas de crescimento da economia, mas condicionou a retomada da atividade à aprovação de reformas. 

Os governadores participantes pontuaram a necessidade de os estados estarem dentro da reforma, mas que foi reiterado na reunião que os governos estaduais terão seis meses para encaminhar propostas ou não aos legislativos estaduais. Caso isso não ocorra, vai prevalecer o texto aprovado.

O presidente Temer deixou nesta tarde a residência de Maia sem falar com a imprensa.