Ameaçado pelas mais variadas correntes partidárias, o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), se reuniu com o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), para pedir uma nova oportunidade para acertar no comando da Casa.

Logo após assumir a cadeira, Maranhão acolheu um pedido de Advocacia-Geral da União e anulou a sessão em que os deputados aprovaram a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Pressionado, voltou atrás horas mais tarde.

De acordo com o líder peemedebista, Maranhão o chamou para reconhecer que errou ao assinar o pedido de nulidade, reafirmar que não pretende deixar o cargo e pedir uma nova oportunidade para acertar no comando da Câmara.

O apelo de Maranhão ocorre momento em que vários partidos exigem que ele renuncie ao posto.

"A reunião foi um gesto. Ele pediu pediu desculpas e reiterou que quer ficar na presidência. Eu disse que ele cometeu um erro e, por isso, estava nessa situação.

Foi uma conversa inconclusiva. Agora, os líderes partidários precisam decidir qual é o melhor caminho", afirmou Picciani.

Maranhão chegou à Câmara por volta das 10h e está convocando os colegas para conversas em seu gabinete. A tendência é que repita a cada um deles o discurso feito a Picciani.

Ele também falou com o secretário da Mesa Diretora, Beto Mansur (PRB-SP) e, agora, está a portas fechadas com Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

Segundo Mansur, Maranhão fez a mea-culpa e pediu ajuda para tocar as sessões do Plenário, onde ficará exposto a críticas dos colegas ao microfone.

Ainda de acordo com o parlamentar paulista, o presidente interino classificou as acusações contra ele como "besteira" e argumentou que as decisões tomadas até o momento respeitam os limites do cargo que ocupa.

O movimento do presidente interino, isolado neste momento, tem por objetivo angariar apoio para tentar conter a onda suprapartidária determinada a vê-lo fora da principal cadeira da Casa.

A ala anti-Maranhão ameaça entrar com representação no Conselho de Ética para pedir a cassação do colega, sob argumento de que ele não poderia ter anulado a sessão do impeachment numa canetada. Caso ele aceite renunciar, os deputados se comprometem a não dar andamento ao plano.