O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou a Brasília nesta terça-feira (5) para se reunir com a presidente Dilma Rousseff e tratar das novas medidas da política econômica que devem ser anunciadas pelo governo até o fim do mês.

Lula foi um dos principais entusiastas da substituição do ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, a quem responsabilizava por fazer apenas acenos ao mercado. O ex-presidente defendia o nome de Henrique Meirelles para o posto, mas acabou concordando com a nomeação de Nelson Barbosa, até então ministro do Planejamento.

Participaram também da reunião no Palácio da Alvorada o ministro Jaques Wagner (Casa Civil) e o presidente nacional do PT, Rui Falcão. A cúpula do partido defende uma "guinada à esquerda" da política econômica de Dilma, com a redução dos juros e a ampliação de crédito para investimento, entre outras medidas.

O PT, porém, reclama nos bastidores de estar sendo "enrolado" pela presidente. Os petistas acreditam que Dilma vai continuar à frente de uma política de aceno ao mercado.

O partido também é contra a reforma da Previdência proposta por Barbosa e defendida pelo governo.

Esta semana, a cúpula petista ficou irritada com a declaração de Jaques Wagner à Folha de S.Paulo sobre a adoção pelo partido de velhas práticas da política.

Segundo o ministro, o PT "se lambuzou" ao reproduzir metodologias como o financiamento privado de campanhas eleitorais, o que irritou dirigentes do partido.