A entrada de Luiz Inácio Lula da Silva no governo Dilma Rousseff pode levar a mudanças na condução da política econômica e pode provocar a saída do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Isso depende se Lula assumir um ministério, como está previsto para a manhã desta quarta-feira (16).

Segundo a reportagem apurou, Tombini tem dito a interlocutores que não ficará no comando do banco se o governo optar por uma guinada na política econômica, que passaria por uma redução forçada na taxa de juros e venda de parte das reservas internacionais.

Por outro lado, dentro do Palácio do Planalto há insatisfação em relação a Alexandre Tombini, que não estaria, na avaliação palaciana, adotando os remédios mais corretos neste momento para evitar uma recessão profunda no país.

Lula está tomando café da manhã nesta quarta (16) com a presidente Dilma. Segundo a reportagem apurou, o ministro Nelson Barbosa (Fazenda) foi chamado para a conversa, na qual o ex-presidente dará a resposta final ao convite da presidente, para discutir até onde é possível fazer mudanças nos rumos da política econômica.

Lula colocou como uma das condicionantes para aceitar o posto exatamente a adoção de medidas que resgatem a esperança de empresários e, principalmente, trabalhadores em relação aos rumos do país.

Segundo o petista, o governo não vai conseguir conquistar o apoio de aliados e de sua base social contra o impeachment se não demonstrar que o país sairá em breve da recessão.

Nelson Barbosa chegou mais cedo ao Palácio da Alvorada para conversar com a presidente Dilma sobre o que é possível mudar na política econômica.

Segundo a reportagem apurou, Lula, se aceitar o convite de Dilma, pode ocupar tanto a Casa Civil como a Secretaria de Governo. Um assessor disse que a tendência era ele ir para a Casa Civil.

Na noite de terça-feira, o próprio ministro Jaques Wagner disse à presidente e a Lula que ele deveria ir para seu lugar, no segundo posto mais importante do governo.