Após 20 horas de sessão no Senado, foi oficialmente instaurado o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Ela será afastada de sua função por até 180 dias, tempo em que o processo segue na Casa para ser julgado. Foram 55 votos favoráveis ao parecer do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), relator da comissão especial, contra 22 contrários, e uma abstenção.

O vice Michel Temer (PMDB) assume a presidência assim que for notificado da decisão. Dilma é a segunda presidente afastada para ser julgada politicamente pela acusação de crime de responsabilidade desde a redemocratização, repetindo Fernando Collor em 1992.

A partir de agora, Dilma terá 20 dias para apresentar defesa em uma nova etapa do impeachment, que será conduzida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski. Ela poderá ser ouvida pessoalmente pelos senadores, mas não é obrigada a comparecer. 

Um novo parecer será elaborado voltado para a análise de provas de que a presidente cometeu crimes de responsabilidade. O texto é levado para votação no plenário, se aprovado, é marcado o dia do julgamento final.

Lewandowski será responsável por formular a pergunta, sobre se Dilma cometeu crime de responsabilidade. Os senadores devem responder "sim" ou "não" à pergunta. Caso condenada, ela será destituída do cargo de presidente e não poderá exercer qualquer função pública nos próximos oito anos.

Se o processo for barrado nas votações de qualquer uma das próximas etapas, Dilma reassume o mandato.