A presidente afastada, Dilma Rousseff, leu uma carta no Palácio da Alvorada, em Brasília, e postou nas suas redes sociais um pedido para que o Senado encerre o processo de impeachment, que ela classifica como "golpe", e afirmando que vai apoiar um plebiscito para a realização de novas eleições caso volte ao poder.

"Consumado o impeachment sem crime de responsabilidade, teríamos um golpe de estado. O colégio eleitoral de 110 milhões de eleitores seria substituído, sem sustentação constitucional, por um colégio eleitoral de 81 senadores. Não é legítimo afastar o presidente pelo “conjunto da obra”. Quem afasta o presidente pelo “conjunto da obra” é o povo, nas eleições", disse.

As ações aconteceram logo após a eliminação da seleção feminina de futebol nas Olimpíadas.

Darei meu apoio irrestrito à convocação de um plebiscito, com o objetivo de consultar a população sobre a realização antecipada de eleições.Na carta, Dilma também falou sobre economia e criticou o governo interino de Michel Temer.  "Todas as variáveis da economia e os instrumentos da política precisam ser canalizados para o país voltar a crescer e gerar empregos. Houve um esforço obsessivo para desgastar o governo pouco importando os resultados danosos impostos à população", afirmou a presidente afastada.

A defesa de um plebiscito como "saída" para a crise política confirma o que a própria presidente afastada já havia dito no início do mês. 

"Esse processo de impeachment é frágil, juridicamente inconsistente, um processo injusto, desencadeado contra uma pessoa honesta e inocente", afirmou Dilma.

A proposta, porém, não conta com o apoio do presidente nacional do PT, Rui Falcão. No último dia 4, ele disse ser contra a ideia. "Não vejo nenhuma viabilidade para esse tipo de proposta", disse Falcão. 

Dilma, que está afastada do cargo desde maio deste ano, é alvo de um processo de impeachment que tramita no Senado. 

Ela é acusada de ter cometido crime de responsabilidade ao editar decretos de suplementação orçamentária sem autorização prévia do Congresso Nacional e por ter participação no episódio conhecido como pedaladas fiscais. A defesa da presidente alega que ela não cometeu os crimes dos quais é acusada e que, por isso, o processo de impeachment e o afastamento de Dilma são um "golpe".

O julgamento da presidente no Senado começa na próxima quinta-feira (25) e está previsto para durar até cinco dias. Para que o impeachment seja aprovado, é preciso que 54 dos 81 senadores votem a favor da proposta.

Confira alguns twittes da presidente afastada: