A corregedora-geral da Secretaria Nacional de Políticas Penais, Marlene Inês da Rosa, afastou cautelarmente os servidores de inteligência, de segurança e da divisão administrativa da Penitenciária Federal em Mossoró, no Rio Grande do Norte. Dois presos fugiram da unidade no último dia 14.

"Os servidores continuarão exercendo as atribuições atinentes ao cargo de agente Federal de Execução Penal. O afastamento se dará até a conclusão dos procedimentos apuratórios correcionais", disse, no documento.

O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, já havia determinado no dia 14 o afastamento imediato da direção da penitenciária.

As medidas ocorrem após a fuga de dois presos. Os fugitivos foram identificados como Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, 34, o Deisinho. Segundo as investigações, eles são ligados ao Comando Vermelho.

A apuração indica que os dois fugitivos usaram uma barra de ferro retirada da estrutura da própria cela para escavar o buraco da luminária pelo qual conseguiram escapar. Ao adentrarem em um shaft (espaço ao lado das celas destinado à manutenção do presídio, onde estão localizadas máquinas e tubulações), alcançaram o teto do sistema prisional, que não tinha grade, laje ou um sistema de proteção.

Conforme disse o ministro da Justiça em entrevista coletiva, o presídio estava passando por uma reforma interna, havendo no local operários e ferramentas que possivelmente estariam espalhadas e ao alcance dos fugitivos. Para Lewandowski, as ferramentas não estavam devidamente acondicionadas.

A fuga dos detentos chegou ao sétimo dia nesta terça-feira (20). Policiais que trabalham na procura pelos fugitivos têm enfrentado diferentes desafios, como buscas em cavernas e matas, presença de animais peçonhentos e chuvas frequentes.

Segundo agentes que atuam na área operacional, as buscas continuam em um raio de 15 km, com o empenho integrado de todas as forças de segurança federais e estaduais. Nas áreas de rodovia que dão acesso a divisas, há barreiras em pontos mais distantes.

Os policiais afirmam usar fiscalização, inteligência e equipamentos. Helicópteros também estão sobrevoando a região.