Quando a votação a favor da abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) chegou a 342 votos na Câmara, neste domingo (17), a oposição fez festa no plenário. O número equivale a dois terços dos 513 deputados da casa e é suficiente para encaminhar o pedido ao Senado. O governo computava apenas 135  no momento em que a Câmara referendou a abertura  - o governo precisava de 172 votos para impedir o andamento.  

A derrota governista na Câmara parecia desenhada desde começo da sessão às 14h. Dos 513 deputados, somente dois não compareceram ao plenário. Uma das estratégias do governo foi convencer os parlamentares de não participarem da sessão. Durante a votação, alguns petitas já admitiam que reverter o quadro era praticamente impossível.  O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva confessou estar decepcionado com partidos aliados com os quais tentou articular. 

De acordo com o rito definido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e publicado no dia 8 de março, o Senado pode aprovar ou não a decisão da Câmara por maioria simples.Ou seja, cabe a Casa instaurar o processo. Caso o processo seja aberto por meio das votações da Câmara e do Senado, a presidente será afastada do cargo por 180 dias e o vice-presidente, Michel Temer (PMDB) asssumirá interinamente. 

É o Senado quem julga o presidente da República. Mas, neste caso, a Casa é comandada pelo presidente do STF. Após serem apresentadas acusação e defesa, é necessário o voto de 54 dos 81 senadores para condenar um presidente. Caso ocorra a perda de mandato, ficará inelegível por oito anos.  

Caso o rito seja concluído, é o vice-presidente quem assume o cargo e governa o País até o final do mandato.