Após postagem do colunista no Twitter sugerindo medidas para estrutura de enfrentamento ao novo coronavírus, a Secom (Secretaria da Comunicação) propôs que o secretário Saúde Luiz Tollini respondesse aos questionamentos que envolvem a baixa testagem de casos notificados, a ampliação da capacidade de leitos e acomodações para profissionais na linha de frente nos hospitais. Em razão da quarentena, as respostas tiveram mediação da assessoria de imprensa da SES (Secretaria da Saúde). 
 
A estrutura anunciada para o HGP receber os pacientes com Covid-19 é de 14 leitos comuns e 3 na UCI. Esse quantitativo é suficiente para o que a SES espera que vá acontecer no Estado, com o HGP sendo referência para o Tocantins? 
A Secretaria hoje dispõe de 131 leitos de UTI na rede Estadual e outros 157 complementares e privados, totalizando 288 leitos de UTI à disposição do Estado para atendimento de pacientes com quadros moderados a graves. A recomendação do Ministério da Saúde, considerando de forma proporcional da população, é que o Tocantins disponha de pelo menos 200 leitos de UTI para atendimento da demanda. 
 
Mesmo levando em média de outros países, que dura em torno de 28 dias, a internação de pacientes infectados?
Embora haja estudos para ampliação de leitos, considerando um cenário futuro, atualmente as unidades hospitalares geridas pelo Governo do Tocantins dispõem de mais de 900 leitos disponíveis e estão trabalhando com uma baixa ocupação dos leitos.
 
Esses leitos do HGP estão equipados com respiradores? Quantos leitos há equipados no Estado disponíveis para o enfrentamento?
Sim, todos os leitos reservados e isolados no HGP possuem respiradores. Os Hospitais Públicos do Tocantins possuem no total 223 respiradores em funcionamento. A SES possui uma ata de registro de preço que contempla aproximadamente 200 respiradores, sobre a qual tem entrado em contato com as empresas ganhadoras para ver a entrega dos equipamentos considerando a dificuldade mundial para a disponibilidade do produto. Caso o fornecedor não tenha a disponibilidade de entrega do mesmo, a SES verificará novas possibilidades de compras com outros fornecedores.
 
Há um temor em razão dos leitos reservados para pacientes da Covid-19 estarem no mesmo andar da UTI Pediátrica. Não há riscos?
Não existe risco, uma vez que as alas reservadas para internação destes pacientes estão isoladas, não permitindo qualquer tipo de contato com a UTI Pediátrica.
 
Porque não se amplia a testagem no Tocantins? Quantos testes há disponíveis e/ou comprados pela SES?
Somente o Laboratório Central de Saúde Pública do Tocantins (Lacen) realiza a testagem de exames biomoleculares, estes mais precisos. São realizados cerca de 20 exames diários, mas tem capacidade imediata de realizar até 104 testes por dia. A dificuldade do Estado está na quantidade de insumos disponíveis para realização dos exames, pois o Ministério da Saúde (MS) tem enviado um quantitativo limitado, e o Estado está com dificuldades para aquisição própria para suprir a demanda, uma realidade nacional. A SES está buscando apoio para suprir a demanda, a exemplo do Ministério Público do Trabalho (MPT) e outros parceiros para a aquisição de insumos e equipamentos, para viabilizar a ampliação da nossa capacidade analítica e disponibilidade de insumos, ampliando assim o número de exames realizados diariamente. O LACEN-TO solicitou, via Sistema de Insumos Estratégicos em Saúde, o SIES, do MS o quantitativo de 24 kits com 528 testes. A previsão é de entrega de sete kits neste primeiro de abril e os demais para o dia três de abril. No total já foram realizadas no Estado 185 amostras testadas, destas, 9 casos foram confirmados, outros dois casos foram confirmados na rede privada e um por teste rápido. 
 
A SES descarta a sugestão de profissionais para alugar um hospital, ou usar uma estrutura como o Hospital do Amor, por exemplo, ou até adaptar uma outra estrutura para hospital de campanha, para funcionar como covidário, como ocorre em outros estados, a exemplo do vizinho Goiás? Ou a previsão da SES é de que não será preciso?
Não é descartada a hipótese, no entanto, até o momento, a área técnica estuda apenas a possibilidade para que o Estado esteja preparado, caso haja prerrogativa.
 
Para os profissionais que estão atuando nos hospitais, o que o senhor acha da sugestão de providenciar um hotel ou alojamento para o profissional intercalar os plantões sem precisar ir em casa e evitar o risco de contaminar a família? Em Maceió a prática foi adotada.
Como na questão anterior, ainda não há prerrogativa.