Aliados de Jovair Arantes (PTB) querem que Rogério Rosso (PSD-DF) manifeste seu apoio ao colega do centrão -Rosso decidiu, na quarta-feira (25), suspender sua candidatura à presidência da Câmara até que o STF (Supremo Tribunal Federal) se manifeste sobre a legalidade da recondução de Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O movimento foi entendido por aliados de Jovair como uma maneira sutil de Rosso deixar a disputa depois de ser abandonado pelo próprio PSD, que apoiará o atual presidente da Casa.

Mesmo isolado, Rosso teria alguns votos, entre 60 e 80, segundo cálculos de deputados.

André Figueiredo (PDT-CE), que também disputa a presidência, não deve conseguir apoio majoritário nem mesmo de partidos como PT e PC do B, que indicaram informalmente apoio a Maia em troca de lugar na Mesa Diretora para a oposição.

A reportagem apurou que aliados de Jovair tentaram convencer Rosso a não sair da disputa, dividindo a base de Michel Temer e levando a eleição para o segundo turno. Favorito, Maia quer liquidar a questão já no primeiro turno.

No pronunciamento de quarta, Rosso disse que não está tomando uma medida definitiva. Afirmou que, antes de retirar sua candidatura oficialmente, vai discutir com a bancada que rumo tomar.

"Vou sobrestar a campanha até que o STF se pronuncie. Confio que o Supremo, em tempo, fará o devido controle constitucional desse caso", disse Rosso à reportagem.

Ele já questionou na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) a legalidade da candidatura de Maia. O Solidariedade, que apoia Jovair, e André Figueiredo fizeram o mesmo questionamento ao STF.

A Constituição e o regimento da Câmara vedam a reeleição do presidente em uma mesma legislatura, mas Maia trabalha com a tese de que a regra não se aplica a quem se elegeu para um mandato tampão -que é o caso dele próprio, conduzido à presidência da Câmara após a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Deputados de diversas tendências apostam que, como ainda não há previsão de a Suprema Corte analisar as ações que tramitam contra Maia, dificilmente haverá uma decisão antes da eleição, marcada para 2 de fevereiro.

Além da presidência da Câmara, Maia tem a seu favor o apoio velado do Palácio do Planalto. A promessa de participação na disputa pela indicação à liderança do governo na Câmara, por exemplo, foi um dos pontos que atraiu o PSD para a campanha do deputado do DEM.