O ano de 2015 foi decisivo para o Tocantins. Não apenas para o Governo do Estado, mas especialmente para a população tocantinense, que também se viu diante de uma realidade adversa. Eu sempre falo que são as situações difíceis, delicadas, que nos impulsionam para as soluções. E não vou fechar o ano pensando de outra forma. Muito do que conquistamos ao final desse ciclo, devemos aos inúmeros problemas e desafios que a vida colocou em nossos caminhos. O sentimento de gratidão a Deus será sempre o meu ponto de partida.

Independentemente das análises contrárias, o Tocantins hoje pode ser pensado como um Estado engajado e necessário aos grandes debates, nacionais e mundiais. E assim caminhamos. Precisávamos acabar com o velho paradigma de um Tocantins ilhado, ainda por ser feito e sem condições para interferir nessas decisões. Precisávamos nos desvencilhar desse conceito, ainda colonial, para fazer o Estado respirar livre, com um povo também livre. Essa sensação de liberdade, legítima na Democracia, me deixa muito satisfeito.

Não podemos pensar o Tocantins separado do todo, mas pensá-lo como peça fundamental para o desenvolvimento do País. Nesse aspecto, eu ressalto os grandes gargalos enfrentados por todos os brasileiros neste ano. Um ano em que a crise nacional – econômica e política – destacou-se, afetando-nos. Foi preciso apertar o cinto. E muito. Os sucessivos acontecimentos envolvendo denúncias de toda ordem na política brasileira e tudo o que decorreu disso, no País e no mundo, parece ter engessado nossa capacidade de avançar mais, de realizar mais. E o Tocantins, claro, por ser parte desse todo, não ficou imune aos problemas. Aliás, muitos Estados brasileiros ainda não se recuperaram, pois se as coisas não vão bem em Brasília, também não vão bem para o resto do Brasil. Os reflexos vieram, sobretudo no campo econômico, quando tivemos que apertar também o cinto. Vieram as medidas econômicas, ajustes, queda no repasse de verbas oriundas da União, caixa prejudicado, receitas minguando e o Estado com a obrigação de continuar. Mas não desistimos.

Uma de minhas grandes preocupações, confesso aqui, é com o emprego. Nas inúmeras reuniões com minha equipe, debruçado sobre números nada satisfatórios, eu sempre fiz questão de ressaltar que em todas as decisões que tivéssemos que colocar em prática, que os servidores não fossem penalizados. É evidente que tivemos que cortar os excessos que encontramos, pois a recomendação legal é estarmos dentro do que determina a Lei de Responsabilidade Fiscal. Outra meta que estamos perseguindo com muita responsabilidade é institucionalizar no Estado a política da industrialização, para que o Tocantins possa diversificar sua atividade econômica, e não somente seja visto como um Estado de servidores públicos onde quem emprega é apenas a máquina estatal. Atraímos centenas de investidores interessados no Tocantins, para gerar renda, empregos e alterar, para melhor, o nosso cenário econômico.

Para o equilíbrio, a dosagem certa. Se de um lado foram muitos os gargalos a enfrentar, por outro tivemos saldos muito positivos. Uma ação que considero de muita importância foi o processo de elaboração do PPA 2016/2019. Muito gratificante possibilitar a participação da sociedade nas decisões e prioridades. Muito bom saber também que conseguimos aprovar a Lei Orçamentária do próximo ano, com previsões bem definidas e coerentes com a realidade – diferentemente de quando tivemos que iniciar 2015 sem nem mesmo a LOA ter sido aprovada. Mas vencemos mais essa batalha.

O Tocantins também esteve envolvido nos grandes debates em defesa do clima no mundo, participando da COP 21, em Paris, com uma pauta que mostrou a importância de se colocar o Estado como valioso instrumento na defesa do planeta. Estamos numa região – Amazônia Legal – que é de fundamental importância para a preservação de biomas necessários à vida. E essa discussão global se faz real quando as ações acontecem em cada realidade regional, não importando por qual comunidade, País ou Continente. Nossa obrigação é pensar o todo, irmanados no objetivo maior de ajudar uns aos outros. Nesse sentido, as prévias aqui no Brasil com a realização dos Fóruns de Governadores da Amazônia Legal, por exemplo, foram fundamentais para o sucesso de nossa ida à França.

Agora, mais do que nunca, é continuar com as mangas arregaçadas e prontos para o trabalho. Os prognósticos para 2016 ainda não são animadores, e essas não são previsões do governador Marcelo Miranda, mas da própria equipe econômica do Governo Federal. Acredito que essa travessia vai passar e o País retomará o seu ritmo de crescimento. O Brasil é muito superior a qualquer crise, seja ela de que natureza for. Somos muito mais fortes do que qualquer tentativa de intransigência e instalação do caos. Como já disse várias vezes durante 2015, precisamos vencer o nosso maior inimigo nesse momento: o sentimento do pessimismo, que adoece nossa autoestima. O Tocantins jamais se eximirá de suas responsabilidades, porque entende que só por meio do trabalho, do diálogo e da união de esforços é que o amanhã será bem melhor. Muito obrigado a todos e que tenhamos um 2016 realizador, diante da paz, da esperança e do bem comum.

Marcelo Miranda é governador do Tocantins pelo PMDB
Email: imprensagabgov@gmail.com (assessoria)