Tendências e Ideias
José Lauro Martins Doutor, professor adjunto do Curso de Jornalismo (UFT) do Campus de Palmas
Novo normal! Que coisa estranha! Não há 'novo normal’ se não transformar muita coisa. Particularmente não acredito em 'novo normal’. A pandemia mexeu com a realidade de forma emergencial, mas assim que a vacina tiver disponível extensivamente, as coisas vão voltando ao velho normal. Talvez haja um 'novo normal’, mas que não tem nada a ver com a pandemia.
Já perceberam com o passado vem perdendo seu status? A pouco tempo recorria-se ao passado - a história - para compreender o presente. Claro! Compreendendo o passado compreendia-se porque o presente é assim porque as coisas não mudavam tanto. As experiências passadas eram suficientes para fundamentar os que precisamos saber para planejar o futuro. Mas o conhecimento avançou, as tecnologias ligaram o mundo de canto a canto e as distâncias deixaram de ter muita importância. Para a comunicação de dados o perto e o longe geograficamente não existe mais!
Da mesma forma que as tecnologias digitais ligaram o mundo tambem criou um dilema: O que é mais importante para o presente: é o passado, como sempre foi, ou o futuro? Não é uma discussão boba! É de discussões como essa que precisamos para decidir que modelo de educação queremos. Se queremos continuar com uma educação conteudista ou uma educação que assegura a ligação dos conteúdos escolares com a vida. Alguns educadores, não gosta dessa indagação por considerar que a educação tradicional já faz isso. Em parte, tem razão, pois não dá para separar de forma definitiva conteúdos escolares da vida, mas não é esse ponto mais alto da educação tradicional. Basta observar livre de paixões que perceberemos que o ponto forte da escola tradicional são as aulas expositivas. Os professores tem seus planos de aulas para explicar conteúdos livrescos e não para explicar a vida, o cotidiano, a natureza.
O bicho pega quando tenta colocar a educação escolar para formar para o futuro. O que parece obvio, mas nem tanto. Formar é sempre para futuro, é claro. Mas quando forçamos o conteudismo e a escola como o lugar transferir as informações. O desafio é apontar para o futuro de forma que contemple a dinâmica do mundo contemporâneo. As coisas mudam rápidas demais e a preocupação com o que virá ganha mais espaço que força da tradição dos conteudismo.
Era normal organizar a educação com base no passado, era como dirigir um carro com o para-brisa tapado e olhando pelo retrovisor. O que mudou é que o cenário contemporâneo que força o olhar para frente, para o futuro.
No tempo em que no futuro de 1 ou 2 anos quase nada mudava o futuro era muito mais importância, não havia problema porque havia uma estabilidade no presente. Agora, o futuro com toda sua instabilidade, 5 anos é longo prazo.
Abreviou-se o tempo e o futuro ocupa parte do presente e o passado é esquecido muito rápido. As incertezas do futuro deve ser material para pensar a educação escolar. Não se trata mais de concordar ou discordar, isso não importa porque a educação é instrumental para o futuro e o tempo que vivemos nos desafia a reinventar sempre. Isso sim me parece o 'novo normal’.
Você deve estar perguntando: como ensinar sem ensinar conteúdo? Bem, não é bem assim! Os conteúdos continuam importante, mas precisamos ressignificá-los para as preocupações da vida. Não há conteúdo bom por si mesmo, se o aprendente não sabe porque serve não serve para nada, é inútil! O ponto de partida é a vida e ponto final tambem. Se não formos capazes de adaptar-se ao presente, perdemos tempo a ensinar inutilidades.
O passado tem a sua importância histórica, mas é o futuro que assumi a direção para a vida. Se quiser conversar mais sobre isso, entra no meu blog https://proflauro2020.blogspot.com/
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