Três dias antes de completar um ano como prefeito de Araguanã, Fernando Luiz dos Santos (PSD) apresentou carta entregando o cargo à Câmara Municipal ontem. Eleito com 66,36% dos votos, o prefeito, mais conhecido como Fernando do Osmar, alegou “questões pessoais” quando questionado sobre os motivos que o levaram a entregar o cargo. Ele disse também que “a instabilidade política que o país vive atrapalha a gestão”.

Latifundiário, Fernando do Osmar estava a caminho de sua fazenda quando equipe do Jornal do Tocantins tentou contato com ele, mas as ligações caíam constantemente. Ao G1 Tocantins, Fernando teria dito que o dinheiro que entra nos cofres públicos não é suficiente para manter a cidade.

O vice-prefeito Hernandes da Areia (PSB) ficou à frente do Executivo municipal por 90 dias, entre junho e outubro deste ano. Na ocasião, Fernando Osmar havia solicitado afastamento.

CÂMARA

Cícero Cruz de Araújo (PDT), presidente da Câmara Municipal de Araguanã, já emitiu Ofício Circular convocando seus pares a comparecer na Sessão Solene que empossará o vice, Hernandes da Areia, às 8 horas do dia 03 de janeiro.

MARIANÓPOLIS

Conforme noticiado ontem pelo Jornal do Tocantins, o prefeito de Marianópolis, José Andrade de Pádua (PTB), o Zé do Rui, também renunciou ao mandato na manhã de ontem. Os motivos seriam as dívidas do município e a dificuldade em receber repasses dos governos federal e estadual. Assume o vice-prefeito Isaías Dias Piagem.

TRABALHO ESCRAVO

No ano passado, o Ministério Público Federal (MPF) havia denunciado Fernando do Osmar, acusando-o de manter trabalhadores em regime de escravidão em sua fazenda, Rio Preto, no Pará. De acordo com o órgão fiscalizador, os trabalhadores eram mantidos em condições degradantes e forçados a trabalhar, instalados em alojamentos precários, sem assistência médica, endividados na cantina da fazenda e com dificuldades de locomoção.