Os Estados Unidos preparam uma nova rodada de sanções para punir a Venezuela e uma possível medida em estudo seria afetar as habilidades do país de se financiar, indicaram duas fontes próximas às negociações. Os próximos passos da campanha para pressionar o presidente Nicolás Maduro ainda estão sendo debatidos.

O presidente Donald Trump está fora de Washington e as conversações estão ocorrendo entre os departamentos de Estado e de Tesouro. Uma medida que está sendo considerada bloquearia o comércio de títulos do governo e da estatal Petroleos de Venezuela (PDVSA) lastreados em dólares, disse outra fonte.

Os Estados Unidos estão ampliando as sanções contra funcionários venezuelanos e pessoas ligadas a Maduro e a seu governo em meio a uma profunda recessão e meses de violentos protestos. O secretário de Estado, Rex Tillerson, qualificou Maduro de ditador por prender líderes da oposição e formar uma Assembleia Constituinte para revisar a Carta Magna.

O vice-presidente Mike Pence está aplicando outra forma de pressão e se reunirá amanhã com exilados venezuelanos na Flórida. O vice-presidente fez várias visitas este mês a países latino-americanos para discutir novas medidas que poderiam ser tomadas.

Resposta

Maduro disse nesta quarta-feira (23) que está preparado para qualquer sanção e que o governo Trump está tentando criar “um bloqueio financeiro” contra a nação. Ele qualificou as relações com os americanos como as piores da história.

As sanções adotadas nas últimas semanas contra Maduro e membros de seu gabinete provocaram preocupações entre os investidores sobre possíveis punições mais duras contra a nação. A Venezuela e a PDVSA devem pagar US$ 3,53 bilhões em títulos em outubro e novembro.

Títulos do Tesouro e da petrolífera estatal caíram hoje, após o Wall Steet Journal informar que os Estados Unidos estavam considerando restringir a compra e a venda desses títulos.

O governo Trump está evitando impor sanções econômicas à Venezuela que afetem as exportações de petróleo ao país. A Venezuela abriga uma das maiores reservas de petróleo do mundo, mas a onda de nacionalizações e o atraso nos pagamentos reduziram os investimentos e a manutenção nos campos de extração.