Coordenadora do Bolsa Floresta (PBF) da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Valcleia Solidade explica que o programa adota uma forma de trabalho participativo com a comunidade decidindo o que fazer e o BF funciona como facilitador na geração de renda e qualidade de vida. ”A decisão de legalizar as atividades na região e partir para o turismo e artesanato foi deles”, conta. Das 19 comunidades na RDS Rio Negro, dez se interessaram pela mudança e nove ficaram de fora. Os resultados são perceptíveis, mas ainda há desafios como as longas distâncias, transporte difícil e comunicação ruim que dificultam o atendimento a famílias com políticas públicas. Valcleia explica que os critérios para serem beneficiados pelo BF são isolamento, morar no local há mais de dois anos, área de pressão – principalmente depois a construção da ponte sobre o Rio Negro ligando Manaus a Iranduba, Manacapuru e Novo Airão. O programa, que hoje beneficia mais de 9 mil famílias (40 mil pessoas), ajuda com recursos financeiros e projetos complementares em turismo, artesanato, agricultura, pesca e infraestrutura e intensifica agora as cadeias produtivas. Criada em 2008, a Unidade de Conservação do Rio Negro tem plano de gestão desde 2009. O Bolsa Floresta – maior programa de recompensa por serviços ambientais do mundo - aplicou R$ 28 milhões até 2016, recursos vindos do Bradesco, Governo do Amazonas e outros parceiros, cujas contas foram auditadas e aprovadas sem ressalvas pelos órgãos fiscalizadores. A FAS – que mantém programas sociais na região - atende a 16 unidades de conservação espalhadas em 10,9 milhões de hectares no Amazonas beneficiando 581 comunidades, 9.597 famílias (40,2 mil pessoas). São 213 projetos de geração de renda e 58 ações de apoio a associações de moradores. Atua no fomento ao empreendedorismo sustentável dos ribeirinhos.