O ministro do Planejamento, Dyogo de Oliveira, declarou nesta terça-feira (21) que o Governo Federal deve privatizar mais dez aeroportos em todo o país. Ele não disse quais terminais estariam envolvidos, mas declarou que devem ser contemplados os de Goiânia, de Recife e de Vitória.

"São aeroportos de menor porte que poderiam entrar. Há uma lista extensa que estamos avaliando. Goiânia esta sendo estudado, Vitória e Recife. Isso está sendo discutido", afirmou o ministro, após participação em evento promovido pelo "Council of the Americas" e pela Apex, em Brasília. 

Questionado quando os leilões devem acontecer, Oliveira disse que pelo tempo não será possível que aconteçam ainda neste ano.

O aeroporto de Goiânia conta com dois andares e 34,1 mil m², com quatro pontes de embarque, 23 balcões de check-in, 11 elevadores, quatro escadas rolantes, três esteiras de restituição de bagagem e canais de inspeção (raio-x e detector de metal) e estacionamento com 971 vagas. Com a nova estrutura, Goiânia poderá receber até 6,5 milhões de passageiros por ano. Em 2015, a demanda foi de 3,31 milhões de viajantes.

Os terminais de Santos Dumont (Rio de Janeiro), de Manaus, de Congonhas (São Paulo) e de Curitiba devem seguir sob controle da Infraero. 

"Estamos discutindo quais aeroportos ficam com a Infraero e quais aeroportos formarão uma nova rodada de concessões. Aqueles quatro [Santos Dumont, Congonhas, Manaus e Curitiba] estamos discutindo de ficarem com a Infraero e outros menores iriam para leilão. Ainda não fechamos o número", declarou Dyogo Oliveira ao portal de notícias G1.

Leilões realizados

O ministro Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência da República, considerou “extraordinário” o resultado do leilão de privatização dos aeroportos de Fortaleza, Salvador, Florianópolis e Porto Alegre, que ocorreu hoje (16), na sede da BM&F Bovespa, em São Paulo, com um ágio de 93,7%.

O leilão dos quatro terminais, que durou cerca de duas horas e foi promovido pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), atingiu o valor de R$ 3,72 bilhões, com ágio de 23% sobre o valor estimado pelo governo (R$ 3,01 bilhões) e de 93,75% em relação à oferta mínima prevista. Segundo a Anac, as quatro propostas vencedoras, somadas, representam a maior contribuição fixa ao sistema aeroportuário.

Os quatro terminais respondem por 12% do total de passageiros em circulação no tráfego aéreo do país. Os grupos vencedores – Zurich Airport International, da Suíça; a Vinci Airport, da França; e o Fraport, da Alemanha – deverão pagar 25% do valor da concessão mínima, somado ao ágio ofertado na assinatura do contrato, marcada para início de agosto. O valor restante irá para o Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), com recolhimento em parcelas anuais, a partir da data de eficácia do contrato, com correção calculada com base na variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

A operadora francesa Vinci Airports arrematou o terminal de Salvador por R$ 660,9 milhões, com ágio de 113%. A alemã Fraport AG Frankfurt Airport Services foi a que apresentou a proposta vencedora na concorrência do terminal de Porto Alegre (RS) por R$ 290,5 milhões, ágio de 852,12%) e também arrematou o aeroporto Internacional de Fortaleza (CE) por R$ 425 milhões, com ágio de 18,5%. A Zurich International Airport AG garantiu o direito de concessão do terminal de Florianópolis ao apresentar proposta de R$ 83 milhões, com ágio de 18,5%.