Na tarde do dia 28 de setembro, Gilberto Ferreira do Amaral passou no Núcleo de Atenção Básica de Saúde (Nabs), onde era lotado, e discutiu com um funcionário da chefia sobre o resultado da eleição. O funcionário teria dito que José Gomes da Rocha seria eleito prefeito, o que deixou Gilberto descontrolado e irritado. 

O homem saiu do Nabs, passou no comitê de um candidato da oposição a Zé Gomes. Na porta do local, as imagens mostram Gilberto desorientado. Posteriormente, ele montou em uma motocicleta e foi embora. 

Gilberto deixa a motocicleta em casa, pega o carro e vai até onde passa a carreata de José Gomes, praticando o atentado.

Esses foram os últimos passos do homem que atitou e matou o candidato a prefeito de Itumbiara, José Gomes da Rocha, e do cabo da Polícia Militar, Vanilson João Pereira na cidade de Itumbiara. Duas pessoas ficaram feridas no atentado, entre elas o vice-governador e secretário de Segurança Pública e Administração Penitenciária de Goiás (SSPAP), José Eliton e o ex-secretário de comunicação de Itumbiara, Célio Rezende.

Segundo a Polícia Civil, o autor do atentado agiu sozinho. As investigações mostram que não houve rixa por conta de disputa de terras, nem agressão ou perseguição a Gilberto por parte de Zé Gomes. Isso desmente os áudios que viralizaram pelo aplicativo WhatsApp e que indicavam que o crime tinha ocorrido por causa de desentendimento ou rixa gerada por disputa de terras.

O delegado Douglas Pedrosa, responsável pela operação, afirma que a Polícia Civil acredita “que, dentro da mente do Gilberto, ele se sentia perseguido, independente de ter ou não motivo para isto”, afirma. “Ele era uma pessoa conturbada e de caráter duvidoso, que cometeu um ato de barbárie contra pessoas de bem”, diz. “As provas que nós coletamos durante o período de investigação nos apontam para este desfecho”, conclui.

O prefeito eleito de Itumbiara, Zé Antônio, destacou os esforços das investigações, mas observa que “infelizmente, não trará de volta o Zé Gomes e o cabo Vanílson ao nosso meio”, afirma. “O traço psicótico, estimulado pela ambientação em que o Gilberto vivia, o estimulou ao extremo, à barbárie, que ceifou a vida de pessoas importantes para a nossa sociedade”, diz.

De acordo com a PC, Gilberto do Amaral tomava o remédio Anfepramona, utilizado para emagrecimento desde 2004, e o misturava com álcool. O delegado Douglas Pedrosa afirma que “isto fazia com que ele ouvisse vozes”. O surto, aliado a uma série de circunstâncias variadas, também motivou o atirador a cometer a barbárie, aponta o comandante da força-tarefa.

O vídeo foi publicado pelo jornal O Popular.