Um primo de 25 anos de Gustavo Riveiros Detter, de 13 anos, que morreu após um desafio que consistia ficar sem respirar por um período de tempo, fez uma publicação em uma rede social para alertar outros jovens sobre o perigo da prática.

O familiar, inclusive, admitiu ter participado de brincadeiras parecidas quando era adolescente e pediu para que as pessoas não repitam de atitude.

"Já fiz essas brincadeiras de mau gosto com vários amigos meus na rua. Com nossas próprias mãos apagávamos uns aos outros e voltávamos à realidade e por sorte, ressalto, muita sorte, nenhum de meus amigos morreu, ou tiveram sequelas. Venho aqui para dar um alerta para que não brinquem dessa forma", escreveu.

Em seguida, o familiar contou o sentimento da família após a morte do garoto, além de pedir que os jovens pensem nos parentes antes de participar de desafios como este.

"A família inteira encontra-se em grande estado de choque. Pensem nas suas famílias e nas pessoas que fazem tudo por vocês. Por causa de uma idiotice como essa, vocês podem acabar com a sua vida e com a vida das pessoas que estão próximas a vocês", finaliza.

O caso

Segundo a polícia, Gustavo Rivieiros Detter estava jogando sozinho no computador do quarto do pai, mas conversava on-line com outros colegas. Ao notar a ausência dele na conversa e na câmera por algum tempo, um deles ligou para a prima do garoto, que estava no quarto ao lado. O estudante foi achado por ela com uma corda no pescoço, amarrado a um saco de boxe. Os tios de Detter conseguiram reanimá-lo, ele foi socorrido a um hospital, mas morreu no domingo (16) pela manhã.

Marcos Rivieiros, tio do adolescente, disse à polícia e em entrevista à "TV Tribuna" que os adolescentes desafiavam uns aos outros para saber quem conseguia ficar mais tempo ao ser estrangulado ou asfixiado.

"Eles propõem a morte de uma pessoa como se fosse uma brincadeira, como um desafio. Ou seja, vamos ver quem vai resistir mais tempo estrangulado. E os mais populares são aqueles que resistem mais tempo", afirmou. A prática é conhecida como "jogo do desmaio" ou "brincadeira do desmaio".

O tio de Gustavo disse ainda que, pelas mensagens trocadas entre o garoto e os amigos, ele já tinha feito isso outras vezes. A polícia afirma que já identificou os três adolescentes que estavam jogando com o garoto.