O prefeito de Milão, Giuseppe Sala, admitiu que errou na política adotada para combater o avanço do coronavírus na cidade italiana ao divulgar um vídeo no fim de fevereiro dizendo que Milão não deveria parar.  

"No dia 27 de fevereiro circulava nas redes o vídeo #Milãonãopara. Talvez eu tenha errado ao relançá-lo, mas naquele momento ninguém tinha compreendido a gravidade desse virus", afirmou em entrevista à rede de televisão RAI. "Aceito as críticas, mas não tolero que usem isso para interesses políticos".

Ao fim de fevereiro, a Itália tinha 650 casos de coronavírus. Agora, são 62 mil pessoas contaminadas e mais de 8 mil mortes. De acordo com a Defesa Civil local, há 32.346 infectados na região da Lombardia, a mais afetada, com 4.474 mortes. 

Após desprezar quarentena, a cidade de Bergamo, também na Lombardia, se tornou o epicentro de mortes na Itália. A cidade ignorou confinamento enquanto a confederação das indústrias local avisava clientes estrangeiros que tudo seguia normalmente. 

O governo italiano limitou a mobilidade das pessoas em todo o território nacional apenas para casos de trabalho, saúde ou necessidade, fechou atividades produtivas e negócios não essenciais, além de faculdades e universidades, locais de entretenimento, parques e eventos esportivos para tentar controlar a propagação do vírus.