Após sofrer um grave acidente automobilístico em novembro de 2016 e ficar com uma séria lesão cerebral, a policial argentina Amelia Bannan completa nesta quarta-feira (19) 34 anos. Entre as datas, a aniversariante do dia ficou em coma e lutou por duas vidas. Sim. Duas vidas.

Quando se acidentou em San Pedro, capital da província de Misiones, juntamente com outras quatro pessoas, Amelia estava grávida de seis meses de um menino. Ela foi a única a se ferir na tragédia. Apesar da gravidade de sua situação, o bebê que carregava sobreviveu dentro de seu ventre e veio ao mundo, em uma cesárea de emergência, em 24 de dezembro, quase dois meses após a tragédia, com o nome de Santino. Prematuro, ele nasceu com 1.890 gramas e ficou em uma UTI neonatal por um mês, se desenvolvendo sem problemas.

Apesar de sobreviver ao parto, Amelia começou a perder seus sinais vitais após dar à luz e entrou em coma novamente, sendo alimentada por sonda e não respondendo a nenhum estímulo. O alívio para os familiares só veio no último dia 8 de abril, quando ela retomou a consciência. O contato com o marido, o irmão e os pais ajuda na recuperação da policial, mas seu maior estímulo, segundo os fisioterapeutas, é Santino, com quem tem fica duas vezes ao dia e não se cansa de beijar e acariciar. O impressionante é que quando despertou pela primeira vez, ela não reconheceu o filho e pensou que fosse seu sobrinho. "Ela recorda cada vez mais da sua infância, mas não a gravidez", afirma César Bannan, irmão de Amelia, em entrevista ao El País.

Os médicos que cuidam da mulher afirmam que ainda é cedo para saber se ela ficará com sequelas, mas reconhecem que a rápida evolução do quadro é inspiradora. Amelia, segundo o fisioterapeuta Roberto Gisin, está conseguindo responder perguntas e reagir a ordens, se vira sozinha na cama, move os quatro membros e deve voltar a andar em breve.