Um paciente foi classificado como suspeito de infecção por ebola após ser atendido em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) na Pampulha, em Belo Horizonte, segundo informações do Ministério da Saúde.

Em nota divulgada na manhã desta quarta-feira (11), a pasta disse que investiga o caso, em conjunto com a Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais e a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte.

Segundo a pasta, o paciente foi atendido por volta das 20h de terça-feira (10). Trata-se de um homem de 46 anos, que veio da Guiné e chegou ao Brasil no dia 6 de novembro. Dois dias depois, ele começou a apresentar sintomas como febre alta, dor muscular e dor de cabeça.

Após a identificação da suspeita, o paciente foi isolado na unidade, que está fechada para novos pacientes. Embora não haja confirmação da doença, a medida foi tomada de acordo com o protocolo nacional para casos suspeitos de ebola, que prevê também que as equipes comuniquem a suspeita imediatamente à Secretaria Estadual de Saúde e ao Ministério da Saúde.

Apesar de os sintomas iniciais do ebola serem semelhantes aos de outras doenças, são tidos como suspeitos os casos em que o paciente veio de um país onde ainda há registro de infecção e de onde partiu há menos de 21 dias (período de incubação da doença). A confirmação, porém, ainda depende do resultado de exames.

Embora o número de casos de ebola tenha diminuído nos países mais afetados pela epidemia, o Ministério da Saúde justifica a classificação do paciente como quadro suspeito da doença como forma de cautela, já que ainda há registros de casos de ebola na Guiné. Já outros países, como Libéria e Serra Leoa, foram declarados recentemente livres da epidemia.

O paciente identificado em Belo Horizonte deve ser transferido ainda na tarde desta quarta para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro, referência nacional para casos de ebola, para que o quadro seja monitorado e realizados todos os exames necessários.

Ainda segundo o Ministério da Saúde, todos os pacientes e profissionais de saúde que tiveram contato com o caso suspeito foram orientados e estão sendo monitorados pela Secretaria Municipal de Saúde. O ebola só é transmitido através do contato com o sangue, tecidos ou fluidos corporais de indivíduos doentes. O vírus somente é transmitido quando surgem os sintomas.

ALARMES FALSOS

Esse não é o primeiro caso suspeito de ebola no Brasil -todos os anteriores, contudo, foram descartados. O primeiro deles foi registrado em outubro do ano passado, com um homem que veio da Guiné. Resultados de exames, no entanto, descartaram a doença.

Em junho deste ano, um paciente de 41 anos mobilizou equipes da Secretaria de Saúde do DF após relatar uma viagem recente à Libéria. Após verificações, equipes descobriram que ele nunca havia saído do país. O caso não chegou a ser classificado como suspeito, afirma o Ministério da Saúde.